sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Benfica x FC Porto

No próximo domingo, na Luz, disputa-se mais um clássico Benfica x FC Porto. A diferença entre ambos é de 3 pontos com vantagem para o Benfica, mas o FC Porto tem um jogo a menos, a disputar em Setúbal.

Olhando para o percurso, até agora, imaculado das duas equipas, e vendo que quer uma, quer outra equipa quererão ganhar (talvez até mais uma do que outra), decidi também eu dar um palpite sobre os prováveis 11's que entrarão no Domingo em campo.

Do lado do Benfica, creio que não deverão haver grandes alterações sobre o sistema táctico a adoptar por Jorge Jesus. O 4x4x2 tem dado grande resultado e a pressão alta empregue pela equipa nos jogos mais fáceis ajuda a aumentar os níveis de confiança. Futebol alicerçado em muitas transições (devido a essa mesma pressão), com muita intensidade, mas também com a inteligência de Ola John no lado esquerdo, assim como o papel fundamental que Matic assumiu na equipa, desde a saída de Javi Garcia. O esquema utilizado por Jesus tem uma falha que se nota nos pequenos pormenores, como é o caso das transições defensivas, onde as duas linhas (defesa e meio-campo) costumam abrir mais espaços nos corredores laterais, devido à não tão rápida recuperação dos extremos e à subida vertiginosa que os laterais (Maxi e Melgarejo) costumam efectuar. Mesmo assim, o futebol que o Benfica tem evidenciado no sistema 4x4x2 tem dado bons resultados, e Jorge Jesus não deverá optar por um 11 muito distante deste:





As principais dúvidas serão Gaitán ou Ola John (ambos a jogar em grande ritmo e em forma), sendo que o argentino é menos disposto a recuperar defensivamente, o que aliado ao espaço deixado nas transições defensivas poderá ser o preterido, em relação ao holandês. Já na defesa, a recuperação de Luisão poderá fazer com que Jardel volte ao banco de suplentes. Mesmo em recuperação física, o posicionamento, influência junto dos companheiros e posição de capitão fazem de Luisão muito melhor defesa do que o melhor Jardel.
De resto, poucas novidades, Garay no centro da defesa, Matic e Enzo Pérez no centro do terreno, Salvio na direita e Lima no apoio a Cardozo.

Poderá haver, no entanto, uma "nuance" ao sistema táctico do Benfica, com a inclusão do jovem André Gomes no centro do terreno, fortalecendo mais a zona central, precavendo o tal espaço nas transições defensivas, dando assim liberdade, quer a Gaitán (neste caso seria titular), Salvio e Lima (que mais móvel, será mais bem aplicado ao sistema que Cardozo). Mas mesmo assim, não creio que Jorge Jesus corra o risco de, mesmo num jogo importante, mudar o sistema que tanto jeito e vitórias lhe tem dado esta época.

Quanto ao FC Porto, e devido à ausência de James Rodriguez, Vítor Pereira tem um verdadeiro desafio à sua frente. Ou aposta no sistema que lhe tem dado vitórias atrás de vitórias (4x3x3) com um reforço mais defensivo, ou opta por um 4x4x2 (desenhado com médios interiores). Partindo do cenário hipotético de que o FC Porto ganha em Setúbal, estaria em igualdade pontual com o Benfica, pelo que a vitória na Luz seria muito bom, mas o empate já é bem bom. Pelo menos, a vantagem directa com o principal rival estava assegurada. 

Se Vítor Pereira usar o esquema habitual em 4x3x3, a equipa poderia ser perfeitamente esta:



A inclusão de Alex Sandro como extremo-esquerdo seria uma hipótese, já que não é uma posição estranha ao brasileiro, e mesmo assim, serviria para ele utilizar as subidas de Maxi Pereira pelo seu corredor. Este esquema daria maior liberdade a Lucho Gonzalez, mestre na ocupação e procura de espaços, que certamente existirá. Mangala seria o defesa-esquerdo, numa posição que o francês também conhece relativamente bem, e que foi testada, curiosamente, no último encontro contra o Vitória de Setúbal, para a Taça da Liga. Quanto ao resto, é o sistema habitual que o FC Porto utiliza, não havendo diferenças muito significativas.

O segundo sistema que pode ser apresentado por Vítor Pereira prende-se com um maior povoamento do meio-campo, precisamente para ser alvo de contenção e saída rápida para o ataque:




Alex Sandro recuaria para defesa-esquerdo e entrava Defour para o meio-campo. Juntamente com Moutinho e Fernando cortariam espaço no corredor central e às entradas em diagonal usadas por Ola John ou Salvio. Lucho funcionaria como o pêndulo do meio-campo, pronto para lançar em contra-ataque Jackson e Varela, jogadores rápidos, e que com este sistema estariam como "peixes na água".
Creio que esta segunda hipótese poderá ser a mais válida para o FC Porto atingir o seu principal objectivo na Luz: não perder!

É sempre um jogo de tripla. Basta olhar para os últimos anos, com vitórias de parte a parte. É a primeira parte do jogo do título e aparece numa altura importante da época. Poderá dar o "boost" necessário para qualquer uma das equipas para o resto do campeonato, que como já se viu, será uma clara luta a dois.

Que ganhe o melhor!