"No final da última temporada, Vítor Pereira admitia, em entrevsita a O Jogo, aquilo que uma época inteira a tentar exorcizar o fantasma de Falcao com Kléber e Janko tinha tornado evidente: o FC Porto precisava de um ponta de lança. «Um jogador que possa ir no espaço, mas também vir em apoio. Um jogador que consiga ser explosivo e que, na área, seja capaz de finalizar pelo ar e pelo chão.»
Artigo publicado hoje n'O Jogo, ainda sem link disponível.
O que é interessante verificar é como um Vítor Pereira consegue descrever o tipo de avançado que necessita para o seu sistema de jogo. O sistema de jogo que o FC Porto implementou desde há muito tempo, com José Mourinho. E é aqui que se pretende chegar. Qual o modelo de jogo pretendido? E depois, qual o sistema que melhor encaixa nesse modelo?
Repare-se no Sporting. Tem Wolfswinkel. Joga demasiado em apoio, é capaz de finalizar pelo ar e pelo chão, mas falta-lhe a explosão necessária. Será o 4-3-3 o sistema indicado? Poderá ser, mas depende sempre do modelo. Um modelo como o que Sá Pinto tem vindo a tentar implementar, usando a expectativa do que o adversário quer fazer.
Repare-se no Benfica. Joga com Cardozo e Rodrigo. Usa os dois avançados, mas em ataque organizado, prefere que um deles (Cardozo) fique mais na área, fixando mais a zona central da defesa e opta por colocar Rodrigo a jogar ou em apoio ou a aparecer ao segundo poste para a finalização. Modelo de jogo baseado na pressão alta, saída rápida com transições defesa-ataque com incidência nos flancos (preferência por Salvio e Maxi), onde muitas vezes, se opta pelo futebol directo, quando o corredor central está ocupado.
Repare-se no FC Porto. Joga com Jackson no meio. Os extremos flectem para o interior, privilegiando mais o corredor central, onde o apoio de Lucho e Moutinho tem a maior das importâncias.
É no modelo de jogo que assenta a filosofia da equipa. No sistema, é onde a operacioanlização dessa filosofia é posta em prática.
É tudo uma questão de definições, e dos seus reais intérpretes.