Matias Fernandez marcou dois golos nesta jornada de selecções, ambos de livre directo.
Logo apareceram as vozes consternadas sobre o rendimento do jogador no Sporting e na Selecção. Muito se fala no problema da adaptação dos sul-americanos ao futebol europeu. Acho isso uma falsa questão.
O problema não está na falta de adaptação, mas sim no potencial que o jogador tem e que é extraído da parte do seu treinador. Existem exemplos concretos. Ramires, quando chegou ao Benfica não precisou de tempo de adaptação. Vinha com a época a decorrer no Brasil, mas não se notou muito a diferença na maneira de jogar e entender o modelo e sistema de jogo do Benfica, com Jorge Jesus.
Falcao é outro exemplo. O campeonato decorria na Argentina e a sua chegada ao Porto foi feita de forma directa, sem períodos de adaptação. Porquê? Porque foi aproveitado ao máximo o seu potencial ao serviço do modelo de jogo.
O problema de Matías Fernandez é que o jogador chileno estava habituado e tira melhor rendimento (no meu entender do jogo, do sistema e das características do jogador) num sistema em 442, em que seria a muleta do ponta-de-lança (um pouco ao género de Javier Saviola no Benfica). O problema de Matías Fernandez é que o Sporting usou diversos sistemas e modelos de jogo, desde que ele está cá, e ainda não o conseguiu encaixar em nenhum deles.
Não é um problema de adaptação. Queira o treinador usar o potencial do jogador ao seu modelo e sistema de jogo, e não há adaptação ou período a ela adjacente que resista...