sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Premier League - Direitos TV 2016-2019

Está a decorrer neste momento o leilão para a aquisição dos direitos televisivos da Premier League para o triénio 2016-2019, que culminará nas ofertas dos diferentes operadores em Fevereiro de 2015.

Os direitos dividem-se em diferentes pacotes de jogos, sendo que para o próximo acordo estão previstos 168 jogos (mais 14 que os 154 existentes) divididos em 5 pacotes de 28 jogos e em mais 2 de 14 jogos cada.

A grande novidade é que um dos pacotes de jogos irá contemplar partidas da Premier League nas sextas à noite (situação que se passa pela primeira vez na Premier), para além de nenhum dos operadores poder adquirir mais do que 126 jogos.

Actualmente, a BT (British Telecom) e a Sky são os detentores dos direitos de TV da Premier League com a seguinte distribuição:
  • Sky (116 jogos por 2,3 bn £)
  • BT (38 jogos por 738 M £)
Os mesmos operadores irão concorrer para o novo concurso, mas existem outros concorrentes de interesse: a Discovery (que detém a Eurosport) e a Al-Jazeera são candidatos, mas a Apple e a Google (através do You Tube) estão também interessados nas plataformas digitais para a transmissão de jogos.
Com este interesse acumulado, suspeita-se que os direitos da Premier League possam chegar aos 4,5 bn £ (mais 50% do que os 3,08 bn £ actuais).

Será portanto uma corrida louca a que se viverá em Janeiro, por terras de Sua Majestade, para ver quem fará as melhores ofertas pelos direitos da Premier League.

Uma coisa é real: a entrada das empresas tecnológicas no negócio é o reflexo natural de que a própria TV está a mudar. E veremos no que isso se transformará com este acordo na Premier League.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Bigger than Bieber

Richard Arnold, Group Managing Director do Manchester United raramente dá entrevistas ou aparece. No entanto, esteve presente na Web Summit, em Dublin, no passado dia 4 de Novembro, para falar do negócio de "digital output" do clube inglês.

O que é que faz do Manchester United uma marca que consegue ter fãs espalhados em 243 países pelo mundo inteiro, 264 tweets por minuto, 400.000 por dia e 12 milhões de posts no Facebook por mês? Uma estratégia de fidelização dividida em 5 passos:

  • Localização (O Manchester United tem "criadores de conteúdo" a operar em 18 línguas diferentes. Estes criadores gerem mais de 3000 posts sociais por mês, sendo que o conteúdo tem de ser "culturalmente apropriado" e inofensivo)
  • "Digestible" [Digestível] (O conteúdo tem de ser fácil de receber e fácil de passar para que a transmissão de informação seja rápida e eficaz, abrangendo a rede ainda mais do que ela é)
  • Estar onde os fãs estão (O United tem plataformas sociais onde os seus fãs estão. Sendo assim, é mais fácil de atingir onde as pessoas se sentem bem, nas suas redes sociais)
  • Ser autêntico (Sendo um clube de futebol, é normal que as notícias de transferências, os rumores e os casos tenham tendência a acontecer. No entanto, a responsabilidade do clube é a de que o mesmo tem de ser honesto com a informação transmitida para que os fãs não se sintam defraudados)
  • Medição ("É importante ouvir" é uma das permissas do Manchester United, já que é através de feedbacks dosfãs que o clube adopta a sua estratégia global)
Estes passos, aliados ao facto do United estar nas diferentes redes sociais (incluíndo a chinesa Weibo, com 110 milhões de utilizadores), faz com que o clube inglês tenha efeitos multiplicadores espalhados pelo Mundo, quando o seu nome é referido.

A quantidade de ligações existentes nas redes sociais onde o nome do Manchester United é referido faz com que supere nomes como os do Real Madrid e Barcelona no futebol, os LA Lakers no basquetebol, os Dallas Cowboys no futebol americano ou até Justin Bieber ou Rihanna.

O mundo digital é uma realidade e a estratégia do Manchester United actualmente faz com que o clube seja um exemplo a seguir. Segundo Arnold, "não precisamos de os primeiros nesta ou naquela rede. Precisamos de ser os melhores. E para sermos os melhores, a nossa base de fãs é importantíssima. Sem eles, nada feito!"

sábado, 4 de outubro de 2014

A "nova" Selecção ?

Fernando Santos anunciou hoje a convocatória da Selecção para os próximos jogos frente à França (cariz particular) e Dinamarca (a contar para a qualificação do Euro 2016).

Os nomes que surgiram levantam algumas dúvidas, mas se nuns casos são mais valias evidentes, noutros, deixa muito a desejar tamanha escolha.

Comparemos as duas últimas convocatórias para a Selecção (a última de Paulo Bento e a primeira de Fernando Santos):


Para uma melhor identificação, os nomes que estão a amarelo são os que se repetem nas duas convocatórias.
Começemos pelos guarda-redes, onde o regresso de Beto e a saída de Eduardo é a grande novidade. Mantém-se Rui Patrício (que em princípio será titular) e Anthony Lopes.

Na defesa, o que mais me surpreende é o número de atletas escolhdios (9), sendo que a sua distribuição também é questionável: 2 defesas direitos, 3 defesas esquerdos e 4 defesas centrais. O regresso de Ricardo Carvalho pode ser entendido por uma boa notícia ao nível da qualidade técnica do jogador, assim como a chamada de José Fonte, que depois de uma época muito boa no Southampton, volta a repetir esse momento de forma no início desta temporada. A chamada de Fábio Coentrão (que pode ou não estar presente nos treinos) já de si é uma incógnita, porque mesmo sendo chamado, não é de bom tom fazer um período de recuperação em estágios de Selecção.

No meio-campo, a grande novidade são as chamadas de Tiago e de João Mário. Se João já era um valor certo que poderia ser chamado a qualquer altura, a chamada de Tiago tem a sua incógnita. É certo que o jogador de Viana do Castelo é imprescindível no campeão espanhol, mas a sua utilidade, aliada à sua idade, seria efectivamente a necessidade absoluta de que a Selecção precisava? E Pedro Tiba? Não está em forma para fazer parte do leque de escolhidos da Selecção?

Quanto ao ataque, as principais novidades são o regresso de Ronaldo, Danny, mas sobretudo Quaresma. Ninguém põe em causa a qualidade técnica de Ricardo Quaresma, mas é realmente necessário convocar 5 extremos e apenas 1 avançado? Ou será que Fernando Santos vai apostar no seu 4x4x2 losango, em que Ronaldo assume um dos lugares da frente?

Várias notas sucintas sobre esta convocatória:
  • Ricardo Carvalho, Danny e Tiago são mais valias técnico-tácticas para uma selecção de Portugal. A dúvida está em saber se algum deles estará disponível para ficar no banco. 
  • A ausência de André Almeida é um ponto a reter. O jovem jogador tem sido opção no Benfica e a sua própria polivalência é um factor que deve ser aproveitado. Não se percebe bem a sua ausência.
  • Sinceramente, e é uma opinião pessoal, não noto grandes diferenças futebolísticas entre Adrien Silva e André André (do V.Guimarães). 
  • Fernando Santos, olhando para os dois jogos que aí vêm com um grau de dificuldade elevado, opta por jogar pelo "seguro". Veremos se num futuro próximo é mais arrojado e alguns dos meninos que estão nos Sub-21 a disputar o play-off de acesso ao Europeu terão as suas tão desejadas oportunidades...

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Como se chama público ao estádio?

Já aqui neste espaço, critiquei a forma como o FC Porto fez o anúncio para incentivar os sócios e adeptos a adquirirem o lugar anual no Estádio do Dragão para esta época.
A alusão de momentos de guerra, com efeitos sonoros típicos de armas não ajuda em nada a promover o futebol e o próprio jogo.

No entanto, parece que o paradigma mudou, pelo menos, para o jogo de apresentação da equipa, frente ao Saint-Etiénne, no próximo fim-de-semana.

O anúncio é este:



Com um simples toque de humor, é possível fazer um anúncio que não sai do seu objectivo (chamar pessoas ao estádio).

E as competições nacionais?

Júlio Mendes, presidente do Vitória de Guimarães, falou no fim da reunião levada a cabo na Federação Portuguesa de Futebol, noticiando que os clubes da Primeira e Segunda Liga aprovaram a criação duma comissão levada encabeçada por Benfica, Sporting e FC Porto

"Após uma discussão longa, concluímos que a solução para os problema da Liga, que vem preocupando os clubes, passará pelo entendimento e diálogo entre todos os clubes. Os clubes devem ser capazes de esquecer divergências do passado e pensar acima de tudo no interesse do futebol português. Isto foi entendido por todos. Foi constituída uma comissão com Sporting, FC Porto e Benfica, que apela à convergência do futebol português, a que se juntarão mais tarde outros clubes da Primeira e Segunda Liga.Os clubes terão de discutir várias questões, entre as quais a sustentabilidade", referiu em declarações prestadas no final da reunião na sede da FPF.

Estas declarações prestadas ontem, à saída da Federação e sem a presença do Presidente da Liga, faz com que tudo se esteja a perfilar para que a FPF tome conta do caso, com o beneplácito dos clubes.
E isso é muito simples de demonstrar.

Peguemos na Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, inserida no Decreto-Lei 248-B/2008, de 31 de Dezembro, que foi recentemente alterada, mais concretamente a 24 de Abril, mas promulgado pelo Presidente da República a 17 de Junho e publicado em Diário da República uma semana depois (a 23 de Junho).
As alterações foram tomadas com o pressuposto de serem aprovadas e publicadas em tempo de Mundial, para assim se passar por entre as pripécias que a Selecção Nacional estava a fazer por terras de Vera Cruz.

Vou-me basear em um artigo específico (o 27º) que pertence ao Capítulo III - Organização e funcionamento das federações desportivas. O de 2008 diz isto:
1 — A liga profissional exerce, por delegação da respectiva federação, as competências relativas às competições de natureza profissional, nomeadamente:
a) Organizar e regulamentar as competições de natureza profissional, respeitando as regras técnicas definidas pelos competentes órgãos federativos nacionais e internacionais;
b) Exercer relativamente aos seus associados as funções de controlo e supervisão que sejam estabelecidas na lei ou nos estatutos e regulamentos;
c) Definir os pressupostos desportivos, financeiros e de organização de acesso às competições profissionais, bem como fiscalizar a sua execução pelas entidades nelas
participantes.
2 — A liga profissional é integrada, obrigatoriamente, pelos clubes e sociedades desportivas que disputem as competições profissionais.
3 — A liga profissional pode, ainda, nos termos definidos nos seus estatutos, integrar representantes de outros agentes desportivos.
4 — Cabe à liga profissional exercer, relativamente às competições de carácter profissional, as competências da federação em matéria de organização, direcção, disciplina e arbitragem, nos termos da lei.

As mudanças na lei que foi aprovada há cerca de um mês (a 93/2014) diz o seguinte, no mesmo artigo (já com as alterações efectuadas) são as seguintes:

1 — A liga profissional exerce, por delegação da respetiva federação, as competências relativas às competições de natureza profissional, nomeadamente:
a) Organizar e regulamentar as competições de natureza profissional, respeitando as regras técnicas definidas pelos competentes órgãos federativos nacionais e internacionais;
b) Exercer as competências em matéria de organização, direção, disciplina e arbitragem, nos termos da lei;
c) Exercer relativamente aos seus associados as funções de controlo e supervisão que sejam estabelecidas na lei ou nos estatutos e regulamentos;
d) Definir os pressupostos desportivos, financeiros e de organização de acesso às competições profissionais, bem como fiscalizar a sua execução pelas entidades nelas participantes.
2 — No caso de uma liga profissional persistir, depois de expressamente notificada, no não cumprimento, por ato ou omissão, de obrigação que implique ou possa implicar, nos termos do artigo 21.º, a suspensão do estatuto de utilidade pública desportiva da respetiva federação, deve esta comunicar tal facto ao membro do Governo responsável pela área do desporto, o qual pode, ouvido o Conselho Nacional do Desporto, determinar a cessação da delegação de competências referida no número anterior e a devolução, transitória, do seu exercício à federação desportiva.
3 — A cessação da delegação de competências pode, ouvido o Conselho Nacional do Desporto, ser levantada com base no desaparecimento das circunstâncias que constituíram o seu fundamento.
4 — A liga profissional é integrada, obrigatoriamente, pelas sociedades desportivas que disputem as competições profissionais.
5 — A liga profissional pode ainda, nos termos definidos nos seus estatutos, integrar representantes de outros agentes desportivos.

E aqui fala-se no artigo 21º, da mesma lei, onde a primeira alínea (com as alterações efectuadas) é muito clara:
1 — O estatuto de utilidade pública desportiva pode ser suspenso por despacho fundamentado do membro do Governo responsável pela área do desporto, nos seguintes casos:
a) Prática de ilegalidades ou irregularidades graves, por ação ou omissão, no exercício dos poderes públicos conferidos pelo estatuto de utilidade pública desportiva, violação reiterada das regras legais de publicitação da atividade ou violação das regras de organização e funcionamento internos das federações desportivas constantes do presente decreto -lei;
Creio que para bom entendedor, meia palavra bastará para saber onde vai acabara história da organização dos campeonatos.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Diferenças de Comunicação

Ontem foi dia de apresentações em Manchester e na Luz.
E se em Inglaterra, nos estamos a referir ao 7º classificado da Premier League do ano passado, mas que é ao mesmo tempo, o clube mais ganhador dos últimos 20 anos, em Portugal, estamos a falar do clube que foi campeão a época passada, mas que nos últimos 20 anos, ganhou 4 campeonatos.

E o que é que esta introdução representa? A forma de um clube comunicar e apresentar os seus melhores activos. No caso do Manchester United, o treinador Louis Van Gaal. No caso do Benfica, o avançado Derley, segundo melhor marcador do campeonato português na época transacta.





As duas fotografias são a imagem perfeita de como deve ser cuidada a apresentação de um activo de um clube de futebol, nos dias de hoje.

Se olharmos para a fotografia de Van Gaal, reparamos que o mesmo tem por trás um "photo shooting" claramente identificado com o símbolo do clube, um dos seus patrocinadores e a marca das camisolas, assim como a presença de um membro do Board do clube inglês. No fundo, a imagem mostra o compromisso do clube para com o treinador, mostrando que é uma aposta segura do mesmo e que a confiança nele depositada é grande e merecedora dessa mesma confiança.

Ao olharmos para a fotografia de Derley, notamos que o "photo shooting" é de um dos patrocinadores do clube, mas que a referência ao mesmo é praticamente inexistente, aparecendo apenas o jogador com os dois polegares levantados, num sinal de confiança e alegria na sua futura carreira ao serviço do clube. Não existe uma única referência ao clube, seja através de um símbolo ou da presença de um membro técnico (fosse ele director ou treinador).

As diferenças são notórias e mostram como se pensa e se executa a comunicação neste caso tão simples como uma apresentação de um activo de um clube de futebol. E se pensarmos só olhando para duas fotografias em que o assunto é similar, conseguimos perceber a diferença porque é que uma Liga gere biliões de libras em direitos televisivos e a outra anda desesperadamente à procura de uns míseros milhões de euros para organizar uma competição.

O que isto quer dizer é que se nem os próprios clubes têm esta noção e ideia de que é necessário transmitir o compromisso que têm com os seus sócios e adeptos, utilizando a comunicação e as ferramentas ao dispor para tal, não se pode esperar que as organizações que tutelam as competições também o façam.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Uma Guerra?

O anúncio que o FC Porto fez para promover o seu lugar anual junto dos sócios e simpatizantes do clube parece tudo, menos um anúncio para um lugar no campo de futebol.

Para além da assinatura final do vídeo ("Não é um lugar, é um posto de combate"), todo o vídeo faz referências a um qualquer filme de Hollywood protagonizado por um Chuck Norris, um Arnold Schwarzeneeger ou um Steven Seagall. Para além disso, a alusão a um segurança do estádio, a um técnico de manutenção misturados com o som de tiros não é propriamente o melhor cartão de visita que se possa dar do clube que mais ganhou nestes últimos 20 anos.

O vídeo é este:




Bem diferente da acção de marketing deste último fim-de-semana em que encheram a rua Cândido dos Reis para a apresentação dos equipamentos junto dos adeptos, ou do vídeo do primeiro dia de treinos do clube no Olival:




O que está aqui em causa são os termos utilizados para uma campanha de angariação de lugares no estádio. Os jogos de futebol são uma "guerra" (usando termos como a estratégia e a táctica), mas dentro do campo. Cá fora, só o apoio conta. Não são precisos "tiros"...

domingo, 6 de julho de 2014

Manchester United e Chevrolet (update)

A Chevrolet assinou um contrato com o Manchester United, no valor de 23 milhões por ano, até 2021, para ser a marca patrocinadora da camisola dos Red Devils.

A substituição da AON faz com que o Manchester United tenha uma receita de quase 140 milhões de euros, no acordo assinado que vale por 7 anos.

A semana passada, a Chevrolet e o Manchester United lançaram um vídeo de promoção a antecipar o que poderá ser a nova camisola. Um vídeo que começa no início da fundação do clube até aos nossos dias:


 

Uma presença simples dos principais jogadores do clube como Giggs, Rooney, Van Persie, Mata e De Gea, junto de adeptos, faz com que o produto seja reconhecido e a relação entre jogadores / adeptos tenha sentido.

A apresentação da camisola está apontada para esta semana.

UPDATE

A camisola foi apresentada hoje e ficou com a seguinte configuração:


O destaque dado à marca é muito grande, mas quem paga 23 milhões de euros por ano, pode-se dar a este luxo.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

A Nova Arena de Roma



Francesco Totti, eterno nº10 da equipa da capital italiana, cuja camisola vai ser retirada no final da época, diz que "o mais importante para a Roma são os seus sócios e adeptos e a esses não podemos falhar". E por causa disso, foi anunciado há duas semanas que a Roma iria sair do Olímpico para ter uma casa sua. Para não ter de a partilhar com a eterna rival Lazio.

O início da construção do estádio está prevista para 2016, em Tor di Valle, no sudoeste de Roma e custará perto de 300 milhões de euros, um valor que será aumentado para perto dos 1000 milhões, devido à construção de infraestruturas e vias de acesso ao estádio. A sua capacidade será de 52500 pessoas, podendo aumentar até aos 60000.

Qual a lógica da Roma sair do Estádio Olímpico (com capacidade para 73000 pessoas) e construir um mais pequeno? 

. Primeiro, tem a ver com os custos de manutenção. Apesar de haver um acordo com o Comité Olímpico Italiano para a utilização do estádio, o remanescente da lotação do estádio é sempre maior. Depois, o Estádio Olímpico de Roma não pertence a nenhum dos clubes, o que faz com que as receitas que possam advir das partidas são apenas as receitas de bilheteira.

. Segundo, as receitas acima referidas. Com a posse de um estádio de futebol moderno, de última geração, onde é possível haver mais do que um evento específico (jogo de futebol) faz com que os clubes, mesmo com o intuito de se modernizarem, procurem novas fontes de receita, para além das tradicionais receitas de bilheteira. Organização de eventos, venda de camarotes a particulares e empresas, naming de bancadas e do próprio estádio são receitas que podem ser aproveitadas para dar um aumento nas mesmas, na vertente comercial

. Terceiro, as próprias assistências médias da Roma. Nos últimos anos, e olhando para os dados das assistências médias no Olímpico de Roma, vemos que o mesmo fica ocupado em pouco mais de 50%:
  • 2012/2013 - 39900 espectadores (só um jogo esgotou)
  • 2011/2012 - 36200 espectadores
  • 2010/2011 - 34600 espectadores
  • 2009/2010 - 40900 espectadores
  • 2008/2009 - 39400 espectadores
Com o novo estádio planeado para os 52000 lugares, faltarão apenas convencer 12000 adeptos romanos a irem ver a nova arena de Roma. Não é uma tarefa difícil, porque certamente o estádio é melhor que o Olímpico, é novo, polivalente, mas acima de tudo, os adeptos da Roma não têm de dividir os seus lugares com os adeptos do maior rival.

Na época de 2016/2017, o estádio estará pronto, dizem os responsáveis da Roma. É já ali ao "lado". O vídeo pode ser visto aqui:


segunda-feira, 24 de março de 2014

Deloitte Football League 2012/2013 - FC Barcelona

O FC Barcelona é, pelo quinto ano consecutivo, o segundo classificado da Deloitte Football League. Apesar de ter tido um decréscimo de cerca de 400.000 € nas suas receitas, foi o suficiente para manter a posição como o segundo clube do Mundo com mais receitas.

O quadro das receitas é o seguinte:






Começando pelas receitas da televisão, existe um aumento de 4,2 M€ (cerca de 2% relativamente ao ano anterior), explicado pela prestação na Champions League, onde foi eliminado na meia-final da competição pelo Bayer de Munique. As receitas da Champions League são uma grande ajuda para qualquer clube, mas o que sustenta os mais de 188 milhões de euros que o FC Barcelona recebe é o acordo que tem com a Mediapro, no que à gestão dos direitos de transmissão dizem respeito, e cujo contrato, à semelhança do Real Madrid vigora até 2014/2015.

Passando às receitas de merchandising, as mesmas tiveram um decréscimo de 3% (cerca de 5,9 M€), resultante do facto do clube catalão não se ter qualificado para a final da Supertaça Europeia, nem do Mundial de Clubes, ao contrário do ano anterior. Esta fonte de receitas é sempre importante para os clubes "globais", uma vez que a participação nestas competições, para além do prémio financeiro de participação e vitória, existem ainda as receitas "paralelas" (onde o clube vencedor é, objectivamente, mais rentabilizado em todo o Mundo, tendo em conta a sua prestação).
No entanto, os acordos assinados com a Qatar Airways para a utilização da parte da frente da camisola do clube "culé", a par do patrocínio inovador da Intel (por dentro da mesma camisola) dá ao Barcelona uma quantia perto dos 50 milhões de euros anuais, que fica sempre dependente de uma melhor prestação na Champions League com um prémio extra (no caso da companhia aérea qatari).

As receitas de bilheteira aumentaram cerca de 1% (1,3 M€). Apesar de terem jogado o mesmo número de jogos em casa (29) do que na época anterior, o preço dos bilhetes foi maior, já que a assistência média nos jogos em casa, diminui dos 75069 para os 71235 espectadores / jogo.
Com o recente anúncio da remodelação do Camp Nou, é expectável que as receitas de bilheteira venham a aumentar mais, e com maior consistência, a partir de 2021, altura em que a remodelação estará completa.

Até lá, o Barcelona terá de ter cuidado com a aproximação vertiginosa que Bayern de Munique e Manchester United farão esta época e que os dados estarão disponibilizados no próximo ano. O clube alemão, devido ao facto de estar em todas as frentes e com fortes possibilidades de ganhar tudo. Os ingleses, por causa dos acordos comerciais avultados que fecharam este ano.







quinta-feira, 20 de março de 2014

Deloitte Football League 2012/2013 - Real Madrid

O clube espanhol é, pelo nono ano consecutivo, o clube que mais receitas gera no mundo inteiro. Na passada época, o Real Madrid arrecadou cerca de 518,9 M€, num crescimento de 1% (cerca de 6,3 M€) relativo à época anterior (2011/2012).
 
A distribuição das receitas foi feita da seguinte maneira:



Começando pelas receitas televisivas, nota-se um acréscimo de 3%, devido ao aumento das contribuições da UEFA, na distribuição dos direitos televisivos. Para além disso, o contrato que tem com a MediaPro, um dos mais altos a nível mundial, permite-lhe arrecadar mais de 100 milhões de euros por época, pelo menos até 2014/2015, sendo assim, a par do Barcelona, dos clubes com maior receita neste campo.

Olhando para as receitas de merchandising e comercial, o Real Madrid tem cerca de 41% das receitas provenientes deste campo. Para além de ter tido também um acréscimo de 4% (na ordem dos 7,8 M€), o clube espanhol tem a capacidade de gerar a maior parte das suas receitas comerciais, em territórios fora do espanhol, sendo por isso, uma das maiores marcas mundiais, não sendo por isso de espantar que tenha sido a companhia aérea Emirates a ganhar o concurso para ficar com o seu nome estampado nas camisolas envergadas por Ronaldo e companhia.

Ronaldo e companhia, que através dos seus jogos amigáveis de pré-época jogados em várias partes do Mundo (Sudoeste Asiático e Estados Unidos, por exemplo) fazem com que o Real Madrid arrecade avultadas quantias de dinheiro para que as suas estrelas pisam determinados relvados.

Exemplo de que este tipo de digressões e notoriedade da marca chegam para as contratações que o clube efectua, é a chegada de Gareth Bale, figura maior da Premier League em 2012/2013, por 100 milhões de euros. Valor esse que será certamente recompensado nesta época, onde o Real Madrid vai à frente do campeonato, está na final da Taça do Rei e nos quartos-de-final da Champions League.

Por fim, e a crise económica que grassa em Espanha a isso é adjacente, as receitas de bilheteira foram as únicas que decaíram cerca de 6% (em valores próximos dos 7,2 M€) para os 119 M€. A assistência média no Santiago Bernabéu desceram para os 65,268 lugares, num estádio com capacidade para 81 000 pessoas. Com a recente comunicação de que o estádio será aumentado e coberto, proporcionando ainda melhores condições aos espectadores, é expectável que este número seja aumentado, mantendo assim o Real Madrid como o clube que mais receitas gera no Mundo.

Quartos de Final Champions League

Das Top 5 Leagues, 4 estão representadas nos quartos de final da maior competição de clubes a nível mundial:
- Inglaterra (Manchester United e Chelsea)
- Espanha (Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid)
- Alemanha (Bayern Munique e Borussia Dortmund)
- França (Paris SG)

Fica a faltar a Itália, que neste momento, está melhor representada na Liga Europa e não na Champions, mostrando que o hiato é para manter.

Não são as oito equipas mais fortes da Europa no presente momento (Juventus, Benfica e Liverpool são exemplos crassos), mas são as equipas que representam o que de melhor tem o futebol:

. A irreverência de Rooney, a experiência de Giggs e a juventude de De Gea em Manchester
. O repentismo de Óscar, a mobilidade de Ramires e a veia goleadora de Eto'o em Londres
. A força de Ronaldo, a classe de Modric, a velocidade de Bale, o caminhar de Koke, a rebeldia de Arda Turan e a frieza de Diego Costa em Madrid
. O génio de Messi, os passes de Iniesta e a explosão de Pedro em Barcelona
. As desmarcações de Robben, o posicionamento de Tiago e a adaptação de Lahm em Munique
. O talento de Reus, a cabeça de Lewandowski e a juventude de Mkhitaryan em Dortmund
. A classe de Verratti, a calma de Thiago Silva e a brutalidade de Zlatan em Paris

Tudo junto, pronto para nos darem o melhor que o futebol tem para nos dar. O meu palpite para amanhã é o seguinte:

. Chelsea x Bor. Dortmund
. Bayern x Manchester United
. Barcelona x At. Madrid
. Real Madrid x Paris SG

Venham as bolas...

domingo, 9 de março de 2014

Front Row

O Manchester United vai ser pioneiro na próxima semana, quando receber o Liverpool para um dos grandes clássicos ingleses.

Desde o dia 28 de Fevereiro que tem uma campanha a decorrer na sua conta de Google+, em que os adeptos e simpatizantes do United terão a oportunidade de aparecer nos painéis publicitários do "Theatre of Dreams" mostrando o seu apoio ao clube de Manchester.

O processo é muito simples: Usar a conta Google+ do Manchester United, partilhar a fotografia de apoio ao clube e escrever a hashtag #MUFrontRow. Irá ser criada uma lista de possíveis participantes e os escolhidos, estarão em directo, usando o Google+ Hangout, durante o jogo contra o Liverpool.

Será certamente uma experiência única e inovadora a nível mundial. O anúncio da iniciativa está aqui:


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Deloitte Football Money League 2012/2013

Foi lançado em Janeiro o relatório da Deloitte sobre a época 2012/2013, que nos trouxe algumas notas interessantes:

. Pela primeira vez, o Bayern de Munique entra no Top 3 dos clubes com mais receitas, destronado do pódio o Manchester United
. A subida vertiginosa do Paris Saint-Germain ao 5º lugar, ou se falarmos num âmbito maior, em duas épocas, sobe mais de 15 lugares na tabela
. O desenvolvimento contínuo do Manchester City, que pela primeira vez, fica à frente de clubes como Arsenal, Chelsea ou Liverpool
. E a própria queda do clube mais importante da cidade dos Beatles, que com mais uma época fora da Champions League, caiu para a segunda metade da tabela, algo que não acontecia desde 1999/2000
. A presença de clubes de mercados emergentes, como são o caso do Galatasaray e do Fenerbahce no Top 20 ou do Corinthians no Top 30
. Os clubes turcos são os únicos que no Top 20 não pertencem às "Big Five Leagues": Alemanha, Espanha, Itália, França e Inglaterra

Ilustração: Squawka

Houve um acréscimo na totalidade das receitas de todos os clubes. Passou dos 5 biliões de euros para os 5,4 biliões. E com os dados recentes, é bem provável, que para o ano, a fasquia ultrapasse os 6 biliões de euros.

Para garantir uma presença na Football Money League, cada clube, actualmente, tem de ter um mínimo de 100 milhões de euros de receitas. Valor esse que só uma equipa (o Manchester United) tinha conseguido na primeira edição (em 1996/1997).

Pelo nono ano consecutivo, o Real Madrid é o vencedor da Football Money League. Aumentou a diferença para o Barcelona em quase 7 milhões de euros, ficando agora com 36,3 milhões de euros à frente dos rivais da Catalunha.

Entre o Top 20 e o Top 30, apenas 3 clubes não pertencem às "Big Five Leagues": Benfica, Ajax e Corinthians. Prevê-se que com a aproximação do Mundial de 2018 na Rússia, os clubes desse país comecem a dar o salto qualitativo que lhes permitam chegar à Football Money League.

Nos próximos posts, as análises às receitas dos 20 maiores clubes do Mundo.