No Cabeça na Bola, há espaço também para a análise financeira e por isso, olhando para o Relatório da Deloitte "Football Money League" que foi lançado a semana passada, iremos analisar as contas dos 20 clubes que geraram mais receitas na época 2010/2011.
Para começar, os 20 clubes que aparecem na tabela geraram cerca de 4,4 biliões de euros na época 2010/2011, representando um quarto das receitas de todos os clubes no mundo. Faz lembrar a curva de Pareto ou
curva ABC, que, em vários exemplos, tem o de classificar clientes em relação ao seu volume de compras, sempre numa relação de 80 para 20. Neste caso, dizer que apenas 20 clubes no Mundo inteiro representam 25% das receitas totais, é caso para dizer que o mesmo efeito se complementa.
Nesta última época, assistimos à presença das cinco principais ligas de futebol mundiais nos 20 clubes. 6 clubes ingleses, 5 italianos, 4 alemães, 3 espanhóis e 2 franceses. Obviamente que a população dos países, a sua estrutura económica, as assistências nos estádios e as receitas televisivas fazem com que estes cinco países tenham algum domínio sobre os outros. O clube que ficou mais perto de entrar no Top-20 foi o Benfica, que por "apenas" 12 milhões de euros, ficou arredado dos 20 clubes que mais receitas gerem no Mundo. Uma renegociação do contrato de direitos televisivos para a ordem dos 20 milhões seria o suficiente para tal acontecer, já na época passada.
A participação em competições europeias, nomeadamente na Champions League, tem uma importância desmesurada, já que do Top-20, apenas 6 clubes não participaram na principal competição de clubes mundial - Liverpool, Manchester City, Juventus, Borussia Dortmund, Hamburgo e Napoli.
De realçar que, nos 10 clubes imediatamente abaixo do Top-20, apenas Benfica (Portugal) e Ajax (Holanda) não pertencem às 5 principais ligas europeias. Nestes 10 clubes, estão as seguintes equipas: Benfica, Atlético Madrid (Espanha), Werder Bremen (Alemanha), Aston Villa (Inglaterra), Newcastle United (Inglaterra), Ajax, Stuttgart (Alemanha), Everton, West Ham e Sunderland (todos de Inglaterra). De realçar que o West Ham, estando em 30º lugar, no que às receitas diz respeito, não evitou a descida de divisão para o Championship, em Inglaterra.
Por fim, os critérios utilizados para a tabela que virá a seguir. As receitas não incluem transferência de jogadores, IVA e outras taxas relacionadas com vendas. As receitas estão divididas em três factores:
- Bilhética (derivada de venda de bilhetes, lugares cativos e outro tipo de bilhetes de época)
- Direitos TV (receitas de direitos de TV nacionais e internacionais, como a participação na Champions League ou Liga Europa)
- Merchandising (receitas de patrocínios e merchandising)
A lista dos clubes é a seguinte:
1º Real Madrid - 479,5 M€
2º Barcelona - 450,7 M€
3º Manchester United - 367 M€
4º Bayern Munich - 321,4 M€
5º Arsenal - 251,1 M€
6º Chelsea - 249,8 M€
7º AC Milan - 235,1 M€
8º Internazionale - 211,4 M€
9º Liverpool - 203,3 M€
10º Schalke 04 - 202,4 M€
11º Tottenham Hotspur - 181 M€
12º Manchester City - 169,6 M€
13º Juventus - 153,9 M€
14º Olympique Marseille - 150,4 M€
15º AS Roma - 143,5 M€
16º Borussia Dortmund - 138,5 M€
17º Olympique Lyon - 132,8 M€
18º Hamburger SV - 128,8 M€
19º Valencia - 116,8 M€
20º Napoli - 114,9 M€
Nos próximos posts, a análise a cada um dos clubes.
Todos os dados apresentados são pertencentes à Deloitte e estão inseridos neste
documento.