domingo, 27 de junho de 2010

Alemanha x inglaterra


Era com alguma expectativa que se esperava por este encontro entre a Alemanha e a Inglaterra, a contar para os oitavos-de-final do Campeonato do Mundo.

A Alemanha acabou por vencer por 4-1, mas o resultado, apesar de ser volumoso, só começou a tomar forma num mísero livre a favor dos ingleses.

A equipa alemã, que já tinha sido aqui mencionada como uma das mais fortes candidatas ao título apresentou-se com o seu onze habitual:


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Lahm e Boateng encarregam-se das faixas laterais, ajudados por Muller e Podolski em funções defensivas. Khedira é o elemento do meio-campo que está destinado a criar desiquilíbrios com as suas investidas de apoio ao atacante. Ozil anda claramente solto pelo campo, puxando marcadores directos, para as entradas no espaço vazio de quem vem das linhas ou do centro. Tudo isto é feito com compensações defensivas que para uma equipa maioritariamente jovem é de realçar.
Joachim Low está a mostrar trabalho de casa e o grupo faz o resto. Aliás, é extraordinário pensar que Schweinsteiger é o jogador que assume a posição 6 quando a equipa ataca, trocando muitas vezes com Khedira, sendo que este último é o responsável por efectuar movimentos de ruptura que desiquilibram as equipas contrárias.
Outra das vantagens desta Alemanha é que com os jovens rápidos que tem, a sua transição defesa-ataque é muito rápida, criando assim oportunidades atrás de oportunidades, aproveitando a técnica de Muller, Podolski e Ozil.

A Inglaterra ficou refém do seu próprio esquema táctico.


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Os laterais eram os responsáveis pelas incursões ofensivas, mas no meio-campo, na fase de construção, o jogo era muito mastigado, incorrendo muitas vezes no meio. Gerrard não é de todo, um ala e o seu movimento era sempre para terrenos parecidos com os de Lampard. A profundidade que o lado direito da Inglaterra dava ao ataque, só era compensado com Cole no lado contrário. Gareth Barry estava com a missão de defender Ozil de perto, pelo que o jogo não lhe passava muito pelos pés. Rooney era um vagabundo no ataque, mas vinha sempre à procura de bola ao meio, e com isso, afunilava o jogo e tornava-se tudo muito previsível.
Obviamente que o golo não assinalado a Inglaterra ao remate de Lampard poderia ter mudado a história do jogo, mas com isso, a Inglaterra começou a ser mais agressiva no início da segunda parte.

No entanto, num livre cobrado por Lampard com a intenção clara de remate à baliza, estão 6 jogadores ingleses dentro da área, mais Lampard e Gareth Barry que está ao lado faz 8 e ainda Glen John
son 9. Barry perde a bola e permite o contra-ataque alemão, fazendo assim o 3-1.

O vídeo em si é explícito na saída para o contra-ataque alemão, e na pouca clarividência da transição defensiva inglesa, que não conseguiu acompanhar a rapidez alemã.




Já o 4º golo alemão é igual: bola em profundidade para Ozil (muito mais rápido do que Barry) que depois serviu Muller para o encosto natural da bola à baliza.

A Inglaterra tem muito a aprender com este Mundial. Não basta ter o treinador. É necessário ter os jogadores e neste caso, falta á Inglaterra matéria-prima para o ataque. Crouch, Heskey e Defoe são bons, mas não são tão bons e o próprio sistema táctico não ajuda. Gerrard não pode jogar numa ala, porque nunca foi ensinado para isso. E Barry é claramente melhor central do que médio-defensivo. O sistema que preconizava para esta Inglaterra seria um 4-3-3 com os alas bem abertos e rápidos que a Inglaterra tem (Wright-Phillips, Lennon, o próprio Defoe faz bem os lados) e uma linha média com três médios centro com categoria como Gerrard, Cole e Lampard. Perfeitamente rotinados poderiam ser um caso sério neste Mundial. A rendição de Capello ao 4-4-2 que a Inglaterra tanto gosta não pode ser feito sem os "ovos" desejados. Assim, não há omolete que resista.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O sniper de Bratislava..ou será Nuremberga?

Róbert Vittek alcançou hoje o reconhecimento que já tinha há algum tempo na Alemanha. Já conhecia Vittek do campeonato alemão e não é surpresa para mim o que ele fez hoje à Selecção Italiana no Campeonato do Mundo.
Com uma carreira que começou no Slovan Brastislava, Vittek marcou 47 golos em 101 jogos pelo emblema da capital eslovaca até se mudar para Nuremberga, onde atingiu uma maior notoriedade, com 35 golos em 109 jogos. São menos golos, mas foram mais importantes no clube alemão do que no seu país natal.
Após 5 épocas em Nuremberga, decidiu experimentar o campeonato francês, ao serviço do Lille, mas não foi muito feliz, marcando apenas 8 golos em 38 jogos. Depois disso, foi para o Ankaragucu (5 golos em 12 jogos) , onde se mantém, uma vez que os turcos compraram o seu passe ao clube francês.
É o melhor marcador do Campeonato do Mundo, a par de Higuain, com 3 golos.

Mundial 2010 - Grupos C e D


Os grupos C e D também terminaram e o resultado é um escaldante Alemanha - Inglaterra nos oitavos de final.

GRUPO C

Esperava-se que a Inglaterra fosse capaz de levar de vencida a Eslovénia. Afinal é do mesmo continente, e a Inglaterra contra equipas do mesmo continente tem-se safado relativamente bem.

O que se viu foi uma Inglaterra com espírito de vitória e com algumas peças no lugar certo (Defoe é uma delas), fazendo com que ganhasse o jogo e se qualificasse para os oitavos.
Os EUA foram a única equipa que quis ganhar o jogo frente à Argélia e por isso mereceu a passagem. Com a vitória e com a questão dos golos, passou à frente da Inglaterra e evitou a Alemanha.

Eslovénia e Argélia mostraram alguns argumentos, mas não os suficientes para outros vôos. A Eslovénia tem um grupo de jogadores interessantes, mas que ainda não funcionam em equipa, ao passo que a Argélia mostrou muita vontade, muito querer, mas pouca cabeça.

GRUPO D:

Alemanha e Gana são os que passam. Sérvia e Austrália são os que ficam. De certa forma, foram as equipas que menos mostraram vontade de passar. Aliás, a estratégia da Austrália frente à Alemanha foi de um medo atroz que só por isso, Verbeek não merecia mais treinar o que quer que fosse.
A Alemanha mostrou mais uma vez que é uma forte candidata e que Ozil está em grande forma (não foi à toa que falámos nos dois antes do campeonato). O Gana mostrou que é, das equipas africanas, aquela que mostra um pouco mais do que as restantes. Também são muito ingénuos, muito voluntariosos, mas tem um pouco mais de arte do que as restantes equipas africanas deste Mundial.

Realmente, o Alemanha - Inglaterra será um verdadeiro teste à "Manschaft", assim como a Capello, para que este mostre do que é capaz.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Mundial 2010 - Grupos A e B


GRUPO A:
México e Uruguai são as equipas apuradas para os oitavos-de-final. Foram também as que mais fizeram por isso, apesar de na primeira jornada terem ficado um pouco aquém do que era exigido.
E passam as equipas que mais arriscaram no ataque nesta primeira fase. Nem me vou alongar muito com a Selecção Francesa que tinha jogadores para fazer um Campeonato bem interessante, mas que preferiu olhar para o seu umbigo e desencadear uma guerra de egos que só a envergonha.

O México surpreendeu logo no primeiro jogo a explanar dois sistemas de jogo: um quando ataca e outro quando defende. Quando ataca, torna-se num 3x4x3, onde Rafael Márquez assume o papel de principal municiador do ataque mexicano bem entregue a dois meninos talentosos como são Carlos Vela e Giovanni dos Santos e que tem no meio da área o experiente Guille Franco e o pequenito Hernandez (que vai para Manchester). A juntar a isto, temos Salcido e Osório, com experiência europeia e um tal de Efrain Juaréz que desempenha todas as posições do meio-campo. Quando defende, o México assume o 4x3x3, de forma a fechar as alas e a tornar-se um 4x5x1.
Oscar Tabaréz lembrou-se de que dispunha de três bons avançados e que um deles é realmente extraordinário e pode desempenhar várias funções. Vai daí, resolveu adoptar um sistema em losango 4x4x2, onde Diego Forlán assume o papel de distribuidor de jogo como nº10. Tirou o proveito disso e venceu a África do Sul e o México e ficou em primeiro lugar no grupo. Suaréz e Cavani são os restantes avançados e o grupo de jogadores do Uruguai não é nada de extraordinário, mas funciona como equipa e isso é o mais importante numa competição deste género.

GRUPO B:

Se dúvidas houvessem, Maradona e Messi conseguiram dissipá-las. Maradona como técnico oficial e Messi como melhor jogador do Mundo. O sistema de jogo é diferente do Barcelona, onde Messi não tem tanto a bola nos pés como nesta Argentina, mas mesmo assim, a sua classe e técnica dão para tudo. E quando assim é, torna-se fácil servir depois jogadores como Higuain, Tévez, Aguero e os demais que compõem a Argentina. Já aqui tinha sido falada, e agora que o Campeonato do Mundo é a sério, a Argentina vai ter a sua prova de fogo. Começa já com o México e depois pode calhar com a Alemanha. Veremos no que vai dar.

A Coreia do Sul desenvolveu-se e para melhor. Funcionando como um bloco robusto, os sul-coreanos criaram uma forma simples de atacar, para além de tirarem um bom aproveitamento nas bolas paradas. O grupo também não era muito exigente, mas mesmo assim, a Coreia conseguiu ganhar a uma ex-campeã da Europa e a um tradicional adversário africano, que depois de uma fase de qualificação meritória, não fica aquém do último lugar do grupo.

Nota final para duas equipas africanas, uma em cada grupo. A África do Sul não conseguiu usar o seu estatuto de anfitriã e ficou pelo caminho. A Nigéria, nem com os jogadores à disposição, conseguiu sair do último lugar. Quando ainda faltam os restantes jogos da terceira e última jornada de grupos, a Costa do Marfim também está em vias de deixar o Campeonato e a Argélia também. Sobra o Gana, que tem surpreendido, mas que pode também ficar pelo caminho. Seria este mesmo o Mundial de África?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O que dá jogar no ataque (África do Sul x Uruguai)

Football Fans Know Better

O Uruguai acabou de vencer a África do Sul por 3-0, no primeiro jogo da segunda jornada do Grupo A.
Optando por jogar com três avançados, onde Forlán assumiu a posição de nº10, o Uruguai de Tabarez aproveitou bem o pouco dinâmico 4-2-3-1 da África do Sul, baseada em defender e a espreitar o contra-ataque.

Um primeiro golo com alguma sorte (a bola bateu nas costas de um sul-africano), um penalty e um golo no último minuto de descontos poderão ter outro argumento, mas mesmo assim, para quem viu o jogo, o Uruguai foi mais equipa e mereceu ganhar. Apostou no ataque e foi feliz. Pode ser que a média de golos neste Mundial mude!

Holanda x Dinamarca


Os holandeses ganharam o seu primeiro jogo no Campeonato do Mundo por 2-0, frente à Dinamarca. Como sempre, as expectativas holandesas estão sempre altas. É uma boa equipa, com jogadores muito talentosos, especialmente no meio-campo e no ataque. Os jogadores defensivos são sempre questionados pelos holandeses, mas o jogo com a Dinamarca mostrou precisamente o contrário, para ser sincero. Algo contrário ao que se passou nos jogos de qualificação, a defensiva holandesa não esteve tão mal como se estava à espera.

Na Holanda, toda a gente tem a mesma opinião: temos grandes jogadores, especialmente a nível técnico e que podem fazer a diferença. Basta olhar para Sneijder, Van Persie, Van der Vaart e Robben, quatro dos mais talentosos jogadores do Campeonato. E todos parecem concordar que a defesa é o principal problema para esta equipa holandesa. É mesmo dito que a defesa não é suficiente para ser Campeã do Mundo.

Mas se olharmos para as estatísticas, estamos errados. A Holanda só sofreu dois golos na fase de qualificação. É óbvio que os adversários também não eram muito fortes, mas mesmo assim, a defesa só concedeu dois golos. Não é nada mau... E mesmo assim, a Holanda continua imbatível há 20 jogos. Não se consegue isso com uma defesa fraca. O último país a bater a Holanda foi a Austrália, a mesma equipa que acabou goleada pela Alemanha. Aliás, a Austrália foi a única equipa que conseguiu ganhar a Van Marwijk, desde que este é seleccionador.

Mas o principal é que a defesa não é assim tão má como se pensa. Stekelenburg é um valioso guarda-redes. Van der Wiel é um dos maiores talentos que existe na lateral direita de todo o Mundo. Heitinga fez uma boa época no Everton e ganhou maior maturidade enquanto central. Joris Mathijsen jogou quase todos os minutos no Hamburg: na Europa, na Bundesliga, na Taça da Alemanha e na Selecção Holandesa. Aliás, não tem perdido muitos jogos nas últimas épocas. E Van Bronckhorst não é o lateral esquerdo mais rápido do Mundo, mas tem muita experiência e jogou o 100º jogo pela Selecção frente à Dinamarca.

O jogo contra a Dinamarca não foi muito bom. Snjeider e Van Persie não foram tão influentes como deviam. Van Bommel fez um bom jogo, e na minha opinião, foi dos jogadores mais importantes da equipa. Mas a verdade simples é que o ataque holandês não esteve no seu melhor e a defesa esteve muito bem, sem erros, mantendo a baliza inviolável.

Por isso, a Holanda, já com a defesa em boa forma, apenas necessita dos avançados em grande para que o Mundial lhe corra mesmo muito bem.


por Mark van Rijswijk

Mundial 2010 - Grupo G


Portugal e Costa do Marfim defrontaram-se e acho estranho que uma selecção que não se consegue organizar ofensivamente, tenha o seu treinador na conferência de imprensa a vociferar sobre a FIFA permitir o uso de uma protecção ou ainda que diga que o adversário jogou à espera do erro. Um único pontapé, vindo da inspiração do seu melhor jogador, a embater no poste, não pode ser a melhor oportunidade que uma equipa como Portugal tem a obrigação de fazer muito melhor. Mas também quem convoca muitos defesas e médios, não pode almejar muito mais.

Brasil e Coreia do Norte mostraram ao que iam. A Coreia a defender com 9 e à espera de Jong Tae-Se e o Brasil com muito paciência e dois trincos à espera do erro ou de uma inspiração. Veio sempre a inspiração para arrumar com um adversário muito incómodo.

Mundial 2010 - Grupo F


A Itália, fiel ao seu estilo, encontrou um Paraguai bem organizado defensivamente e com isso, empatou. A falta que Pirlo faz, na organização ofensiva é notória e o jogo pelas alas só foi usada, quando em desvantagem. Veremos se os próximos jogos mostram candidato ou não.
Nova Zelândia e Eslováquia mostraram que o querer e o suor às vezes também fazem a diferença.

Mundial 2010 - Grupo E


No Grupo E, análise ao Japão - Camarões, onde uma simples oportunidade foi aproveitada por Honda (do CSKA Moscovo) para fazer o golo.
A análise ao Holanda - Dinamarca será feita pelo Mark Van Rijswijk.

Mundial 2010 - Grupo D


A Alemanha assumiu-se como verdadeira candidata. Já o tínhamos referido aqui no blog que seria uma equipa a ter em conta e provou isso diante de uma Austrália onde Per Verbeek não assumiu o seu holandês e abdicou de avançados. A Alemanha aproveitou e goleou, mostrando uma vontade e um querer típico.

Sérvia e Gana mostraram, que talvez ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o Gana é talvez a equipa africana que poderá mostrar mais do que qualquer outra.

Mundial 2010 - Grupo C


A Inglaterra também surpreendeu com o empate frente aos EUA. Surpreendeu, porque depois de se ver em vantagem e de Green ter dado um frango, Capello não conseguiu mostrar outras virtudes para levar de vencida a equipa americana. Esquema táctico muito estático, posições muito definidas e uma total ausência de criatividade fizeram desta Inglaterra uma típica "Itália", mas sem os principais executantes.

Eslovénia e Argélia deram também uma imagem pálida e tenra. Valeu o frango de Chaouchi que permitiu a Koren dar uma alegria à Eslovénia e permitir que por momentos estejam no primeiro lugar do grupo.

Mundial 2010 - Grupo B


Diego Maradona começou o Mundial com uma Argentina que, para além de jogar nitidamente com Messi e mais dez, mostrou uma segurança muito forte na troca e posse de bola, ao passo que a Nigéria, com o seu espírito muito africano mostrou mais querer do que cabeça.
A Coreia do Sul surpreendeu pela segurança defensiva e pelo rápido contra-ataque onde Park Ji-Sun e Park Chu-Young foram os melhores exemplos. A Grécia é uma verdadeira decepção. Desde Samaras a extremo-esquerdo (quando ele é ponta-de-lança) até à substituição de Karagounis ao intervalo, Rehaggel fez de tudo para que a Grécia não conseguisse ganhar o jogo.

Mundial 2010 - Grupo A


Começa hoje a segunda jornada do Grupo A do Campeonato do Mundo. Um grupo que tem as quatro equipas empatadas e que proporcionou o melhor golo até ao momento de Tshabalala.
Uma África do Sul que teve em Modise e em Khune elementos de grande valia no jogo contra o México e que jogou com um pouco de receio frente ao México. México que se desdobra em 3x4x3 quando ataca e volta ao 4x3x3 quando defende e em que Giovanni dos Santos é o melhor exemplo para ilustrar a sua vertente atacante.

No outro jogo, a França confirmou a grande decepção que é Domenech e que um sábio Platini tentou facilitar com a vergonha dos cabeças de série nos play-offs de apuramento. Sem ligação, a França, dispondo de jogadores como Gourcuff, Ribéry ou Henry não conseguiu superar uma equipa abnegada como o Uruguai, que jogando como uma verdadeira equipa conseguiu o seu ponto frente à mais poderosa equipa do grupo.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

34 Jogadores da Eredivisie no Campeonato do Mundo

Neste Mundial, cerca de 34 jogadores que fizeram a Eredivisie na última época estarão no Mundial da África do Sul, que começa hoje. Alguns deles provavelmente não terão ouvido falar, mas serão jogadores que terão algum impacto neste próximo mês. Os jogadores da Selecção Holandesa serão para serem discutidos mais tarde, quando a Holanda fizer o primeiro jogo contra a Dinamarca.

O Ajax tem nove jogadores no Campeonato do Mundo, a maioria deles na equipa holandesa. O jogador a observar, é no entanto, uruguaio e dá pelo nome de Luis Suarez. Melhor marcador da Liga Holandesa e cobiçado por grandes clubes europeus, como o Manchester United. É uma das estrelas uruguaias e tendo ao lado Diego Forlán, será concerteza uma dupla que fará da equipa sul-americana uma das que mais estragos poderá provocar na África do Sul. Outro ex-jogador do Ajax que se poderá observar é Marko Pantelic, da Sérvia. Ele fez uma boa época, mas sairá do clube de Amesterdão, por causa de não ter encontrado um acordo sobre a duração do contrato. Espero ver efectivamente Pantelic e Suaréz marcarem golos!

Os campeões holandeses Twente vão ter sete jogadores na África do Sul. Atenção a Blaise N'Kufo, da Suíça, Miroslav Stoch, um extraordinário extremo emprestado pelo Chelsea e que acabou de assinar pelo Fenerbahce, podendo mesmo ser uma das grandes surpresas da equipa eslovaca e ainda Cheick Tiote, da Costa do Marfim. Bernard Parker, que jogou muito bem na Taça das Confederações do ano passado, não jogou muito esta época no Twente.

Os campeões de 2008/2009 AZ terão cinco jogadores. O que provavelmente terá maior impacto será Sérgio Romero, da Argentina. Teve uma época fantástica quando o AZ foi campeão e se a sua selecção tiver sucesso, uma transferência é sempre bem vista nos cofres do AZ, devido à sua situação financeira.

Outros jogadores a merecerem destaque são Tim Matavz, um jovem avançado esloveno que joga no Gronigen, o avançado Matthew Amoah do Gana e ainda Jon Dahl Tomasson, o avançado dinamarquês, que joga no Feyenoord. O PSV tem dois jogadores mexicanos que entram já hoje em acção: Carlos Salcido e Maza Rodriguez. Salcido não teve uma época brilhante e cometeu muitos erros defensivos nesta época que passou.

Finalmente, é um bocado estranho ver dois jogadores do Sparta no Campeonato do Mundo. Seliga e Adeleye (que foi transferido para o Mettalurg Donetsk no final da época) foram despromovidos, mas terão a chance de estarem presentes no Mundial da África do Sul.

Todos os jogadores poderão ser vistos aqui.


por Mark van Rijswijk

domingo, 6 de junho de 2010

6 Anos



Rafa Benitez saíu de comum acordo do Liverpool, após 6 épocas em Anfield Road.
Como em tudo na vida, o ciclo acabou na cidade dos Beatles e o clube mais emblemático de Liverpool não conseguiu ganhar o campeonato que lhe foge há mais de 20 anos.
Em 6 anos, Benitez conseguiu ganhar uma Liga dos Campeões, uma Supertaça Europeia, uma Taça de Inglaterra e uma Supertaça Inglesa, muito pouco para um clube como o Liverpool.
Os seus adeptos são dos mais exigentes de Inglaterra e por isso, as sucessivas campanhas na Champions League e na Liga Europa não foram suficientes para Rafa Benitez conseguir justificar o 7º lugar desta época.
Estive em Liverpool este ano e reparei que os adeptos (a maioria deles) tem uma opinião de Rafa pouco favorável. Dizem que é muito defensivo, que a equipa não joga bem e esse é um dos factores para não gostarem dele.
Preferiam um Liverpool a jogar ao ataque, independentemente do resultado, porque foi assim que conheceram e é assim que conhecem o Liverpool a jogar.
Em 6 anos, Benitez foi buscar jogadores de nomeada para o clube. Em 2004/2005 (primeira época) foi buscar Luis Garcia, Xabi Alonso, Morientes, Cissé e Pellegrini (que hoje é seu adjunto).

Em 2005/2006 Pepe Reina, Agger, Crouch e Sissoko. Em 2006/2007 Mascherano, Kuyt, Fabio Aurélio, Insúa e Bellamy. Em 2007/2008 Torres, Babel, Lucas, Voronin e Skretel. Em 2008/2009 Riera, Keane e Cavalieri. E no ano passado Aquilani, Maxi Rodriguez e Kirgyakos.
Mesmo com estas contratações, o Liverpool não conseguiu ombrear com os outros grandes ingleses.
E mesmo com isso, os problemas financeiros acumularam-se e o poder negocial foi mais reduzido para trazer jogadores de craveira internacional para ajudar ainda mais o clube a desenvolver-se.
Rafa Benitez chegou a Liverpool vindo de um Valencia campeão de Espanha. Impôs a sua filosofia, mas nunca conseguiu ter uma vitória que conquistasse o coração das gentes de Liverpool e essa vitória é a da Premier League. Quem o conseguir, ficará para sempre registado na história de Anfield e nas margens do Merseyside.




sexta-feira, 4 de junho de 2010

Olhar Africano - Selecção Alemã



Quando faltam 7 dias para começar o Mundial, deixo aqui a minha opinião sobre uma das selecções que não é muito falada, mas que poderá ser uma boa surpresa no Mundial que começa de hoje a uma semana.
A Selecção Alemã é um conjunto muito homogéneo de jogadores, que Joachim Low fez questão de convocar e até a lesão de Ballack tenha vindo a acrescentar uma dose de irreverência, juventude e improviso a uma selecção que provavelmente se iria tornar demasiado estática.

Olhando para o plantel escolhido temos o seguinte:

GUARDA-REDES: Neuer (24 anos), Wiese (28 anos) e Butt (36 anos)
DEFESAS: Aogo (23 anos), Badstuber (21 anos), Boateng (21 anos), Friedrich (31 anos), Jansen (24 anos), Lahm (26 anos), Mertesacker (25 anos) e Tasci (23 anos)
MÉDIOS: Khedira (23 anos), Kroos (20 anos), Marin (21 anos), Ozil (21 anos), Schweinsteiger (25 anos) e Trochowski (26 anos)
AVANÇADOS: Cacau (29 anos), Gomez (24 anos), Kiessling (26 anos), Klose (32 anos), Muller (20 anos) e Podolski (25 anos)

Comparativamente com outras equipas alemãs que conquistaram títulos, esta selecção tem uma média de idades de 25 anos, mas com um talento extraordinário.
A ausência de Ballack permitiu a chamada de Marko Marin. Pequeno em tamanho, mas grande em técnica, velocidade e rapidez de execução.

Olhando para o jogo que disputaram com a Hungria a 29 de Maio em Budapeste, e no qual ganharam por 3-0, os alemães apresentaram uma táctica assente num 4-1-4-1 a defender que se transformava num 4-3-3 ofensivo com Podolski e Kroos a ocuparem as alas, servindo de apoio a Klose.

No meio-campo, triângulo ofensivo, com Khedira no vértice mais recuado a apoiar Ozil e Trochowski, estes com missões mais ofensivas, no âmbito da construção de jogo.
Dois laterais que subam bem pelo flanco (neste caso Westermann - entretanto lesionado, sendo substituído naturalmente por Lahm - e Boateng - de partida para o Manchester City).

Outra das opções desta equipa alemã é a predisposição que coloca em termos colectivos. Pode ser facilmente mutável, usando os jogadores que tem. Um bom exemplo é o facto de querer colocar Podolski na frente a jogar ao lado de Klose, fazendo com que Ozil descaia para o flanco esquerdo, subindo ligeiramente Khedira para dar maior consistência ao meio-campo.

Uma das vantagens desta selecção é que a mesma é muito selectiva, ou seja, para as posições, existem sempre substitutos à altura, de maneira a que o sistema de jogo não seja muito diferenciado.
Para o lugar de Ozil há Marin, para o lugar de Kroos, há Schweinsteiger ou Muller, para o lugar de Khedira há Aogo ou Jensen.
Na defesa, Badstuber ou Tasci são perfeitamente substitutos de Friedrich ou Mertesacker.
E no ataque, Cacau, Gomez ou Kiessling fazem perfeitamente os mesmos lugares de Podolski e Klose.

Num grupo com Austrália, Sérvia e Gana, a Alemanha é claramente a favorita. Não porque é a Alemanha, mas porque colectiva e individualmente é mais forte que qualquer uma das outras selecções. E com o alinhamento da fase a eliminar, rapidamente consegue chegar aos quartos-de-final, já que se ficar em primeiro defrontará o segundo do grupo C (Inglaterra, EUA, Argélia ou Eslovénia).

Poderá não ser apelidada de candidata ao título, mas potencial e talento existe e veremos se neste Mundial não será utilizada a famosa frase: "São 11 de cada lado, e quem ganha é a Alemanha".