sábado, 29 de maio de 2010

28 de Maio

Arshavin e Farías. Dois avançados. Dois estilos diferentes. A mesma subtileza. O mesmo rendimento.



Comecemos pelo russo. Depois de épocas fantásticas passadas ao serviço do Zenit St.Petersburgo, Arshavin viu o seu futebol reconhecido por Wenger e assinou pelo Arsenal.
É daqueles jogadores que não precisa de jogar muito ou em grande intensidade, porque o seu futebol é mesmo assim, lento, mas imprevisível e é isso que o torna diferente. Para melhor.
Arshavin é capaz de marcar 4 golos em Anfield Road, frente ao Liverpool, como no jogo a seguir, não lhe apetecer jogar e mesmo assim, criar desquilíbrios para os colegas fazerem os golos. É por isso que é especial.



Ernesto Farias começou a dar nas vistas no River Plate, antes do FC Porto o trazer para a Europa. Estranhamente, e nestes últimos três anos, têm sido poucas as vezes que "El Tecla" tem jogado, mas mesmo assim, factura e bem. A sua desmarcação, aliada à presença na área tornam-no mortífero.

Não se sabe se terá possibilidades com o futuro treinador do FC Porto, mas a qualidade é inquestionável.

Este menino vai dar que falar no Mundial

sexta-feira, 28 de maio de 2010

As Assistências na Europa


O IPAM lançou um estudo há relativamente pouco tempo onde avaliou as assistências nas diferentes ligas e nos diferentes clubes, espalhados pela Europa.
Analisando quer os clubes, quer as ligas
existem razões para explicarmos alguns conceitos que estão directamente relacionados entre o número de assistências, o retorno financeiro das mesmas e o rendimento desportivo que advém desses mesmos números.

O quadro com os dez clubes com maior assistência média na Europa é o seguinte:

Olhando para o quadro, temos representantes de 5 ligas e 4 campeões (falta o Chelsea, de Inglaterra).
Das 5 ligas, o único outsider é o Benfica, que é um caso à parte num país como Portugal e como a Liga Portuguesa, como mais à frente se vai ver.
Do quadro acima, o que mais surpreende são os clubes alemães. Temos o Borussia Dortmund (5º classificado) e o Hamburgo (7º), que conseguem assistências médias superiores a 50 000 lugares nos respectivos estádios.
A Alemanha é aliás, o país mais representativo nestes dez lugares, com 4 clubes. De Espanha, chegam os dois suspeitos do costume (Barcelona e Real Madrid), em 1º e 3º lugar, respectivamente. De Inglaterra, temos o Manchester United e o Arsenal (porque detém os estádios maiores, com 75 000 e 60000 lugares respectivamente).
Aparecem depois Inter de Milão (55 149 espectadores) e Benfica a fechar o Top 10.

Olhando para a média das respectivas ligas, temos:


Com este quadro, é mais fácil de ver que os clubes da Alemanha e a Bundesliga tem um retorno financeiro baseado nas bilheteiras muito elevado, já que a maioria dos estádios está sempre lotado. O mesmo se passa em Inglaterra, só que a menor capacidade dos estádios faz com que o número seja mais baixo em comparação com a Alemanha.
Na mesma lista, notamos que Portugal continua abaixo de ligas como a escocesa, a russa, a belga e a holandesa. Porquê este afastamento e porquê a diferença abismal entre os números do Benfica e o resto das esquipas?
Talvez a televisão seja um obstáculo, mas nos outros países, à excepção da Itália (que está ultra-dependente dos valores de direitos televisivos), também têm televisão a transmitir jogos de campeonato e não deixam de ter os estádios cheios.
E também a televisão funciona quase como cá, com jogos em sinal fechado, reféns de pagamento.
A associação que se pode fazer entre as assistências e os resultados directos das equipas também tem a sua ligação. Se a equipa joga bem, os adeptos vão, mas em outros países, nota-se outro tipo de cultura, como são os exemplos do Borussia e do Hamburgo, que este ano andaram bem afastados da conquista do campeonato, mas os adeptos estiveram sempre presentes.
O estudo é de facto, interessante e deixa antever novas maneiras de observar o futebol e delinear estratégias futuras de fidelização a recintos, que têm de ter algo mais do que 4 linhas e 2 balizas.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Época 2009/2010 Holanda (Parte 2)



Segunda e última parte da época 2009/2010 do futebol holandês.





O FC Utrecht foi o o clube a assegurar o último lugar na Europa, graças aos play-offs de acesso. Têm grandes jogadores jovens como o belga Dries Mertens e o jovem internacional holandês Ricky van Wolfswinkel. O FC Utrecht está numa fase ambiciosa e pretende ser um dos 5 maiores clubes da Eredivisie. Esta época fez o seu melhor resultado, mas mesmo assim, muito distante dos grandes holandeses. Mas em Utrecht há dinheiro e estabilidade financeira e isso é raro nesta altura, na Eredivisie.


A maior surpresa da temporada veio de Almelo. O Heracles acabou em sexto, apesar de ter um dos orçamentos mais baixos da Eredivisie. O treinador Gertjan Verbeek tinha tido uma época desastrosa no Feyenoord em 2008/2009, mas consegui reabilitar-se no Heracles e na próxima época estará aos comandos do AZ Alkmaar. O Heracles merece todos os créditos que lhe quiserem dar, mas na próxima época, sem Verbeek e sem o melhor marcador Bas Dost (que irá para o Heerenveen), a repetição de uma época como a deste ano será muito difícil. A verdadeira questão é saber como Verbeek se irá safar no AZ.


O Heerenveen terá de ser a maior decepção da época. Em 2008/2009, os "Frísios" venceram a Taça da Holanda. Apenas cinco jogos no campeonato e o treinador Trond Sollied era despedido, mas os seus sucessores, Jan de Jonge e Jan Everse não tiveram sucesso e não conseguiram inverter a tendência. O Heerenveen costuma sempre jogar para os lugares europeus, mas esta época não chegaram nem perto desses mesmos lugares. O novo treinador do clube, Rob Jans (que esteve no rival FC Groningen durante 8 anos) não terá tarefa fácil para voltar a colocar o Heerenveen no lugar a que nos acostumou.

O RKC Waalwijk era o principal candidato à descida e não conseguiu surpreender ninguém. Sparta e Willem II jogaram ambos um play-off para saber quem descia e a fava calhou ao Sparta, o clube mais antigo da Holanda, que desceu pela segunda vez na sua história. Apesar dos problemas financeiros, o Willem II manteve-se na Eredivisie.

Para mim, os melhores jogadores desta época que terminou foram: Bryan Ruiz (FC Twente, avançado ou médio atacante); Douglas (FC Twente, defesa); Luís Suaréz (Ajax, avançado); Demy de Zeeuw (Ajax, médio); Ibrahim Afellay (PSV, médio); Balasz Dzsudzsak (PSV, extremo-esquerdo) e Ron Vlaar (Feyenoord, defesa). Provavelmente, serão os próximos jogadores a deixar a Holanda para irem para equipas mais competitivas.

Na Eredivisie, também jogou um português esta época. Diogo Viana foi emprestado pelo Sporting ao VVV Venlo. Não conseguiu produzir um grande impacto, apesar de ter jogado 23 jogos, sendo que só em 4 deles é que foi titular. Não marcou nenhum golo, nem fez nenhuma assistência, mas será emprestado mais uma época ao clube holandês. Seguirei-o com maior atenção e irei dando novidades no blog.

Um inesperado campeão, grandes jovens jogadores e espectaculares jogos é o que se pode resumir desta época na Holanda. Mas os problemas financeiros atingem os clubes e equipas como o Ajax e o PSV não conseguem comprar ou atrair jogadores para as suas equipas, por causa da sua falta de liquidez. Como sempre, as equipas holandesas terão de se virar para os seus escalões de formação, no sentido de desenvolver alguns jogadores para as suas equipas principais. Algo que sempre fizeram bem.

por Mark van Rijswijk

sábado, 22 de maio de 2010

Olhar Africano - Selecção Argentina


Como em tudo o que fez na vida, Maradona continua a ser polémico. Uma característica própria dos génios é a sua teimosia e Maradona parece que não a perde, mesmo sendo seleccionador da Argentina.



A lista dos 23 que já foi entregue à FIFA tem suspeitos do costume e tem falta de alguma experiência. Mas de certa forma, essa mesma experiência que falta poderá ser uma forma de Maradona ter pulso na equipa que comandará neste
Mundial da África do Sul.



A lista dos 23 convocados é:

GUARDA-REDES:
Sergio Romero (AZ Alkmaar)
Mariano Andújar (Catania)
Diego Pozo (Colon)


DEFESAS:
Otamendi (Vélez)
Demichelis (Bayern Munchen)
Walter Samuel (Inter)
Gabriel Heinze (Marselha)
Nicolás Burdisso (Inter)
Clemente Rodriguez (Estudiantes)
Ariel Garcé (Colón)


MÉDIOS:
Jonás Gutiérrez (Newcastle)
Javier Mascherano (Liverpool)
Juan Sebastián Verón (Estudiantes)
Angel Di Maria (Benfica)
Mário Bolatti (Fiorentina)
Javier Pastore (Palermo)
Maxi Rodriguez (Liverpool)


AVANÇADOS:
Lionel Messi (Barcelona)
Higuain (Real Madrid)
Sergio "Kun" Aguero (At. Madrid)
Diego Milito (Inter)
Carlos Tevez (Manchester City)
Martin Palermo (Boca Juniors)

Se em termos de posições em campo e número de jogadores chamados, existe um equilíbrio, o facto de ter chamado jogadores claramente "favoritos" em deterimento de outros é o maior problema de Maradona.
Chamou Bolatti, que na Fiorentina (desde Janeiro) fez 12 jogos na Serie A e tendo Cambiasso para a mesma posição, optou pelo ex-jogador do FC Porto, só porque o conhecia melhor na Argentina.
Chamou Palermo porque é um símbolo do Boca e Maradona é do Boca.
Talvez haja um déficit em criatividade que está sujeito a Verón e Di Maria, sobrando Pastore no banco.
Na defesa, nada de novo. Talvez a chamada de Garcé e de Clemente Rodriguez, por não serem tão conhecidos do futebol europeu provocasse alguma surpresa, mas são jogadores que sempre estiveram com Maradona nas suas chamadas e nisso não há grandes dúvidas.

O esquema que Maradona vai apresentar é um 4x4x2 clássico, com a importância de Messi ter liberdade como um segundo avançado pelo campo todo. Aposta num meio-campo de combate, onde Di Maria surge como o mais solto pela esquerda. Verón e Mascherano serão os esteios defensivos, contando sempre com o apoio do abnegado Jonás.

O lado esquerdo será talvez o mais fraco em termos de substituição. Nem Rodriguéz, nem Di Maria têm alternativas "naturais" (esquerdinos, neste caso), estando sempre dependentes de adaptações. No caso de Rodriguéz, Garcé ou Heinze. No caso de Di Maria, Jonás ou Maxi.

No ataque, o excesso de avançados poderia ter sido composto com a compensação no lado esquerdo da equipa.

O provável esquema da Argentina será este:


Num grupo com Nigéria, Coreia do Sul e Grécia, a Argentina tem a obrigação de se qualificar como primeira do grupo e depois esperar que o sorteio (ao que tudo indica) facilite a sua ida até aos quartos-de-final, pelo menos.

O talento e o génio dos jogadores estão lá. Ponha o seu treinador metade do seu génio em termos tácticos e a Argentina pode muito bem sair contente da África do Sul.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Final da Champions League, uma perspectiva holandesa

No próximo sábado, Bayern Munich e Internazionale encontram-se na final da Champions League. Uma equipa alemã e outra italiana, mas com quatro holandeses que influenciaram ambas as equipas nesta época.
Comecemos pelo Internazionale.


Wesley Sneijder foi vendido pelo Real Madrid e tornou-se num ápice no jogador mais importante na equipa de José Mourinho. Aliás, o próprio Mourinho já o disse. O treinador português mandou-lhe mensagens pessoais no sentido de o persuadir a mudar-se para Milão. Sneijder não queria ir, porque sentia que tinha lugar em Madrid, mas acabou por ir para a capital da moda italiana. E no Inter, foi crucial no sucesso do clube este ano. Um Sneijder em excelente forma faz a diferença no Inter e na Selecção Holandesa no Mundial.

Existe quase como que um paralelo com Arjen Robben. Também teve de sair de Madrid, porque o Real queria jogadores mais "valiosos" como Káká ou Cristiano Ronaldo. Assim, Robben foi eleito o melhor jogador da Bundesliga esta época. É o melhor marcador da equipa com 16 golos e foi visto muitas vezes como o factor principal para o sucesso no campeonato e na conquista da taça. E, como Sneijder, a principal questão é saber se estará em forma suficiente para o resto da época (ou pelo menos, para o que resta dela). A sua habilidade nunca foi questionada, só que os problemas físicos que teve ao longo da carreira foram demasiados.

Mark Van Bommel é o primeiro não-germânico capitão a vencer um título Alemão. Teve uma época fantásticas e jogou, provavelmente o melhor futebol da sua já longa carreira. Está com 32 anos e no seu país natal existe muita gente que pensa que ele deveria ser o capitão da Selecção Holandesa. Van Bommel teve um conflito com o anterior selccionador nacional, Van Basten e recusou-se a jogar pela Selecção, enquanto o ex-avançado do AC Milan fosse o seleccionador.
Mas agora é Bart Van Marwijk o seleccionador da selecção holandesa e Van Bommel tem razões para sorrir outra vez. Ao início, poderia-se supôr que Van Bommel tivesse um tratamento preferencial, mas agora ele é um dos indiscutíveis da selecção holandesa. Nós temos Van Persie, Robben, Sneijder, Van der Vaart, entre outros, mas Van Bommel, é na minha opinião, o jogador mais importante de todos. Ele traz muitas coisas à Selecção que outros não, como por exemplo, uma mentalidade vencedora, de nunca desistir e a de querer vencer, a qualquer custo.

O quarto holandês que terá influência no próximo sábado será Louis van Gaal. Ele terá de ser considerado um dos melhores treinadores holandeses de sempre. Na última época esteve no AZ Alkmaar e foi o primeiro treinador em 30 anos a ganhar um título holandês fora dos três "grandes" (PSV, Ajax e Feyenoord). Não há dúvidas quanto à sua capacidade, mas existem algumas quando se trata de estar em frente às câmaras. Por causa disso, ele é muitas vezes comparado com o seu oponente de sábado, José Mourinho.
Na Holanda, nem toda a gente gosta de Van Gaal e muito poucos gostam do Bayern Munchen. Mas esta época, todos os fãs de futebol holandês queriam que Van Gaal (e Robben e Van Bommel) fossem bem sucedidos. E de um moomento para o outro, o Bayern Munchen deixou de ser um clube odiado para ser um clube estimado na Holanda.

Para Robben e Sneijder será uma final especial. Ambos foram "convidados" a sair de Madrid, mas agora regressam a Madrid como finalistas da Champions League. Van Gaal é respeitado por ter ganho na primeira temporada o "doblete" (campeonato e taça) e ter atingido a final da Champions em Munique. E Van Bommel convenceu tudo e todos de que tem lugar no onze da Selecção holandesa.

No próximo sábado, provavelmente haverá mais futebolistas holandeses no relvado do que portugueses, ingleses, italianos, franceses e espanhóis. Provavelmente haverão apenas mais alemães, brasileiros e argentinos. Isto dá-nos a nós, holandeses, alguma esperança para o Mundial. Se Robben, Sneijder e Van Persie estiverem em forma e se Van Bommel atingir a mesma forma que atingiu no Bayern esta época, quem sabe se o Verão não irá dar um grande sorriso aos holandeses?
por Mark van Rijswijk

Futebol Espanhol ou uma Escócia em ponto grande?

A Liga Espanhola não está bem, quem o diz é José Maria Gay, conceituado professor da Universidade de Barcelona, que apresentou um estudo sobre o estado do futebol espanhol, analisando as receitas e as despesas dos clubes que pertencem áquela que é considerada a melhor Liga do Mundo.


Segundo o estudo, a dívida conjunta dos clubes de La Liga em 2008/2009 ascendem aos 3,526 biliões de euros, aumentando 1% relativamente à época anterior (2007/2008) que era de 3,490 biliões de euros.
Apesar de ter havido um crescimento das receitas, também houve um aumento dos custos operacionais, que se traduziu numa diferença negativa de 249 milhões de euros. (1,455 biliões de receitas contra 1,704 biliões de custos operacionais)
Apenas três clubes tiveram resultados positivos: Real Madrid, Barcelona e Numancia (actualmente na 2ª Liga).
Os custos com pessoal representam 85% do lucro operacional. Gay diz que "não há ilusões. O futebol espanhol está numa situação difícil, como o país. Você não pode gastar mais do que ganha. É uma regra fundamental para a sobrevivência económica".

O Real Madrid e o Barcelona são os clubes mais ricos porque conseguiram renegociar os seus direitos televisivos avaliados em 560 milhões de euros. No entanto, segundo o professor, "a Liga Espanhola terá de mudar, senão assistiremos a uma réplica da Liga Escocesa, onde só dois clubes dominarão os campos desportivos e financeiros".

O Barça esta ano foi campeão com 99 pontos, o Real foi segundo com 96 e o Valência terceiro com 71, a 25 pontos do segundo. "Quem pode ganhar o campeonato? Barça ou Madrid. Madrid ou Barça. Ninguém mais!", disse Gay. "Talvez seja o momento certo para renegociar as regras do jogo económico entre os protagonistas".

O Real Madrid e o Barcelona têm sido pressionados pelos clubes mais pequenos a renunciar ao seu domínio nos direitos televisivos e a adoptar o sistema usado em outras ligas (como a inglesa, por exemplo), onde o dinheiro é dividido entre todos.
No entanto, os dois clubes alegam que o dinheiro da televisão repartido os faria perder a competitividade que detém nesta altura, fazendo com que não conseguissem comprar os melhores jogadores do Mundo, pagando-lhes os salários de topo.
Jose Maria Gay diz no entanto que "quer o Real, quer o Barça têm de fazer um esforço de sacrifício para que o campeonato possa voltar a prosperar".

"Um passo atrás, para dar dois em frente. Se isso não acontecer, o campeonato vai viver numa agonia constante". Gay disse que uma das principais razões para as finanças dos clubes espanhóis estarem tão mal são os custos com pessoal, dando como exemplo o Atlético de Madrid, Sevilha e Valência, onde esse custo foi consideravelmente maior que o lucro operacional. "Isso significa que o modelo económico adoptado é insustentável, e os clubes são obrigados a recorrer a receitas extraordinárias para acabar com os seus déficites", afirma o professor, acrescentando que "tal como no Estado Espanhol, o futebol precisa de cortes drásticos nas despesas, especialmente nos salários, ou seja, todos têm de apertar o cinto".

O estudo está incompleto, porque segundo Gay, Atlético de Madrid, Villareal, Almeria, Racing Santander, Sporting Gijón e Huelva não tinham apresentado as suas contas relativas ao exercício de 2008/2009, estando por isso atrasados na sua própria contabilidade, usando assim os dados da época anterior.

Entretanto e depois da divulgação do estudo, ficou hoje confirmado que David Villa, um dos melhores jogadores espanhóis e um dos maiores activos do Valência, foi vendido ao Barcelona por 40 milhões de Euros. O presidente do Valência já disse que a oferta era irrecusável e que era vital para que o clube poder sanear as suas contas. O terceiro classificado do campeonato espanhol vende ao primeiro o seu melhor activo. É uma bela maneira de ilustrar o que está escrito mais acima.

domingo, 16 de maio de 2010

Olhar Africano - Selecção Portugal


Carlos Queiroz divulgou a sua lista de convocados esta semana que passou e as críticas surgiram, amiúdes, entre blogs e fórums de discussão. Os jornalistas não tiveram a capacidade de colocar em causa alguns dos nomes que aparecem na convocatória.

Os convocados são:
GUARDA-REDES
Eduardo (Sp.Braga - 30 jogos na Liga Sagres)
Beto (FC Porto - 6 jogos na Liga Sagres)
Daniel Fernandes (Iraklis, Grécia - 10 jogos na Liga Grega)
DEFESAS
Miguel (Valência - 25 jogos na Liga Espanhola)
Paulo Ferreira (Chelsea - 13 jogos na Liga Inglesa)
Ricardo Carvalho (Chelsea - 22 jogos na Liga Inglesa)
Bruno Alves (FC Porto - 29 jogos na Liga Sagres, 5 golos)
Rolando (FC Porto - 28 jogos na Liga Sagres, 3 golos)
Zé Castro (Deportivo - 9 jogos na Liga Espanhola)
Pepe (Real Madrid - 10 jogos na Liga Espanhola, 1 golo)
Fábio Coentrão (Benfica - 26 jogos na Liga Sagres, 1 golo)
Duda (Malaga - 34 jogos na Liga Espanhola , 8 golos)
Ricardo Costa (Lille - 10 jogos na Liga Francesa, 1 golo)
MÉDIOS
Tiago (At.Madrid - 17 jogos na Liga Espanhola, 2 golos)
Deco (Chelsea - 24 jogos na Liga Inglesa, 2 golos)
Raúl Meireles (FC Porto - 26 jogos na Liga Sagres, 2 golos)
Miguel Veloso (Sporting - 26 jogos na Liga Sagres, 5 golos)
Pedro Mendes (Sporting - 12 jogos na Liga Sagres, 0 golos)
Danny (Zenit St. Petersburg - 13 jogos na Liga Russa (começou em Março), 4 golos)
AVANÇADOS
Simão (At. Madrid - 34 jogos na Liga Espanhola, 2 golos)
Nani (Man Utd - 27 jogos na Liga Inglesa, 3 golos)
Cristiano Ronaldo (Real Madrid - 28 jogos na Liga Espanhola, 26 golos)
Hugo Almeida (Werder Bremen - 26 jogos na Liga Alemã, 7 golos)
Liedson (Sporting - 28 jogos na Liga Sagres, 15 golos)

Analisando agora os nomes e os possíveis convocados, criou muita confusão Quim, o guarda-redes do campeão Benfica não ser chamado. A justificação que Queiroz deu sobre o presente e o futuro não tem cabimento quando Quim (34 anos e titular totalista na Liga Sagres) e Rui Patrício (22 anos e também titular totalista na Liga Sagres) ofereciam melhores condições do que os outros dois seleccionáveis, Beto e Daniel Fernandes.

Na defesa, são 10 os convocados, cerca de 42% dos convocados da equipa. Queiroz até pode admitir que Pepe ou Ricardo Costa possam jogar no meio-campo, mas mesmo assim, não é justificado que sejam chamados 10 defesas para um Mundial.
Para além das escolhas, Zé Castro é claramente o 24º jogador a ser dispensado quando a lista oficial for entregue à FIFA. Estranho a presença de Pepe, injusta para outros jogadores que tiveram uma época inteira a trabalhar para ir ao Mundial e não conseguiram, ao invés do luso-brasileiro, que passou quase 6 meses lesionado.

No meio-campo, as escolhas são reduzidas e mesmo assim, defensivas. Dos 5 médios apresentados, apenas 2 têm características ofensivas (Deco e Danny), um é de transição, vulgarmente conhecido por "box-to-box" (Tiago) e os outros três são claramente defensivos (Pedro Mendes, Miguel Veloso e Raul Meireles). As alternativas são muito escassas e nomes como João Moutinho, Carlos Martins ou até Hugo Viana (que fez uma época extraordinária) mereciam a chamada, para acautelar o devido futuro, que Queiroz tanto defende.

No ataque, as escolhas eram óbvias. Tendo em conta a fase de qualificação, os nomes não poderiam sair muito dos que saíram. Hugo Almeida foi sempre aposta, Liedson também e os nomes dos extremos não oferece discussão, porque são dos melhores do Mundo.

Sinceramente, Portugal tem uma equipa desiquilibrada para qualquer um dos sistemas. O 4x3x3 (O que melhor serve os jogadores) e o 4x4x2 (que pode desbloquear situações parciais). Os esquemas que se seguem são os meus favoritos e a minha ideia de equipa, com os nomes à disposição.



Neste esquema, vê-se que não há alternativa nos extremos, sendo sempre Simão o escolhido para a direita ou para a esquerda. Retirei o nome de Zé Castro, porque será o refém nesta escolha. De notar várias situações. O lado esquerdo da defesa é demasiado ofensivo e ambos os laterais são fracos a defender. Uma situação que a Costa do Marfim pode aproveitar com Bakari Koné. No meio-campo, apesar de no 4x3x3, haver alternativas, o poder criativo não existe sem ser nos pés de Deco e, a espaços, em Tiago. No ataque, a escolha em Hugo Almeida torna-o a referência no ataque, funcionando muitas vezes como pivot de tabela com os extremos.





Em 4x4x2, faltam alternativas a um dos vértices do losango, e abundam as alternativas para a posição de médio atacante. Outra maneira clara de mostrar o desiquilíbrio em que se tornou esta convocatória.
As expectativas em Portugal não são muito elevadas, apesar do mediatismo de uma selecção que tem Cristiano Ronaldo como sua principal figura o façam parecer o contrário. No entanto, com a experiência de alguns jogadores é possível ultrapassar as lacunas mostradas por Queiroz na escolha da equipa.
O jogo fulcral será com a Costa do Marfim. Caso Portugal consiga vencer os africanos, é bem possível passar à segunda fase. Senão, repete-se o triste fado de 2002, em território asiático.

Época 2009/2010 Holanda (Parte 1)


O FC Twente foi o campeão holandês e foi analisado no último artigo sobre o futebol holandês. No desta semana, vamos analisar as equipas holandesas que estarão presentes nas Taças Europeias da próxima época.


O Ajax acabou em segundo e irá disputar a pré-eliminatória da Champions League. A equipa de Amesterdão fez uma segunda volta fantástica, vencendo 14 jogos consecutivos e ficando a apenas um ponto do Twente. Venceram a Taça da Holanda na primeira época de Martin Jol como treinador da equipa.
O guarda-redes Maarten Stekelenburg, o defesa-direito Gregory van der Wiel e o defesa-esquerdo Vurnon Anita são internacionais holandeses. Vertonghen e Alderweireld são internacionais belgas, e ambos fizeram uma excelente época como defesas centrais. São jovens e talentosos e esperam seguir os passos de Thomas Vermaelen (que está no Arsenal), fazendo assim uma transferência para um dos maiores clubes da Europa num próximo tempo.
No meio-campo, Demy de Zeeuw foi uma grande aquisição, vindo do AZ Alkmaar, mas a grande figura da equipa de Amesterdão foi Luis Suarez. Foi o jogador com mais golos (35) e mais assistências (17) na Eredivisie deste ano, mas apesar de ser a equipa com mais golos marcados e menos golos sofridos, o Ajax não conseguiu o campeonato. O último que ganharam foi em 2004, e seis anos depois ainda não o conseguiram recuperar.
Para a próxima época, são claramente os favoritos a vencer o campeonato, especialmente se conseguirem manter esta equipa talentosa toda junta.

O PSV acabou em terceiro. Foram durante muito tempo considerados os favoritos para vencer a Eredivisie, mas a fraca forma que demonstraram em Março tendo derrotas com o NAC e Ajax e empatando com o Twente, as chances de vencer o título esfumaram-se. Ibrahim Afellay não teve o mesmo impacto da época passada, especialmente porque este ano funcionou como médio de contenção, em vez de médio de ataque. Durante muito tempo, Afellay foi conotado com muitos clubes europeus, como o Arsenal, por exemplo, mas as exibições deste ano talvez não lhe dêem o passaporte para mudar de ares e sair da Holanda. No ataque de Eindhoven, Balasz Dzsudzsak foi a grande revelação. O húngaro é um exímio marcador de livres e um excelente extremo-esquerdo, sendo já conotado com o interesse do Valência, fazendo com que não fique na Holanda muito mais tempo.

O Feyenoord acabou em quarto. Um óptima primeira época como treinador para Mario Been, especialmente se tivermos em conta as circunstâncias do clube de Roterdão. O Feyenoord tem dívidas no valor de 36 milhões de Euros e Been dificilmente poderá reforçar a equipa. Mesmo assim, com estas dificuldades, a equipa atingiu a final da Taça e o quarto lugar que lhe dá acesso à Liga Europa na próxima temporada.
Roy Makaay e Giovanni Van Bronckhorst (capitão da Selecção holandesa) anunciaram que se vão retirar do futebol profissional. A falta de Van Bronckhorst irá ser sentida (Makaay já era muitas vezes suplente), mas o seu salário não, num clube que passa por dificuldades. Talentos jovens como Wijnaldum, Fer, Vlaar e De Vrij parecem fazer o futuro do Feyenoord risonho, mas os problemas financeiros poderão levar o clube de Roterdão a vender as suas melhores pérolas.

Os campeões da época 2008/2009 AZ Alkmaar tiveram uma época dramática em 2009/2010. Não conseguiram vencer um único jogo na Champions League e estavam fora da corrida pela renovação do título em Outubro. Poderia ser escrito um artigo inteiro sobre a época do AZ e especialmente sobre o presidente Dirk Scheringa, que foi um dos motivos para o AZ ter feito uma época tão má.
A empresa de Scheringa (o banco DSB) entrou em falência e com isso, o AZ perdeu o seu principal patrocinador financeiro. O treinador Ronald Koeman foi despedido e substituído por Dick Advocaat, que ainda assim, conseguiu recuperar a equipa e qualificá-la para a Europa. Ninguém sabe quais são as capacidades financeiras do clube para a próxima temporada, já que os administradores do DSB ainda não decidiram o que fazer com o clube. No entanto, outros problemas surgem. Jogadores como Sérgio Romero (guarda-redes da Selecção Argentina), Moussa Dembelé e Mounir El Hamdaoui não fizeram uma grande época e os milhões que o AZ esperava fazer com eles não virão por causa dessa performance.

Esta época, os clubes holandeses não conseguiram fazer uma grande temporada na Europa, mas com a qualidade evidenciada este ano, talvez a próxima época, a Holanda possa ter as suas equipas em grande na Champions e na Liga Europa.

por Mark van Rijswijk

terça-feira, 11 de maio de 2010

11 Maio

Dia de Aniversário de 3 grandes jogadores:

MIGUEL VELOSO - 24 Anos
Clubes como Profissional: Ol.Moscavide e Sporting
Chamado ontem para o Mundial 2010
Filho de António Veloso, ex-jogador do Benfica
Época 2009/2010:
41 jogos (Liga, Taça de Portugal, Liga Europa, Pré-Elimi
natória da Champions League e Taça da Liga)
13 golos

ANDRÉS INIESTA - 26 Anos
Clubes como Profissional: Barcelona
Único jogador que jogou todos os jogos do Euro 2008, com a Espanha
Foi recrutado pelo Barça, num torneio infantil quando jogava pelo Albacete
Época 2009/2010:
27 jogos (Liga Espanhola e Champions League)
1 golo



GIOVANNI DOS SANTOS - 21 Anos
Clubes como Profissional: Barcelona, Tottenham, Ipswich Town e Galatasaray
Campeão do Mundo Sub-17 em 2005
Bola de Prata no Campeonato do Mundo Sub-17
Bola de Bronze no Campeonato do Mundo Sub-20
Época 2009/2010:
20 jogos (Liga Inglesa, Taça Inglaterra, Liga Turca, Taça Turca e Liga Europa)
0 golos


domingo, 9 de maio de 2010

FC Twente, como conseguiram e se o voltarão a fazer?

por Mark Van Rijswijk



Na última época, o campeonato holandês foi ganho pela AZ Alkamaar. Esta época, voltou-se a cumprir a excepção. Nenhum dos "três grandes" do futebol holandês (Feyenoord, Ajax e PSV) o ganhou. É a segunda vez na história da Eredivisie que em dois anos seguidos, nenhum dos "três grandes" o ganha. O FC Twente foi a equipa que surpreendeu tudo e todos, vencendo pela primeira vez o título holandês.

Faz agora sete anos que o FC Twente atravessava uma situação de falência. O clube foi salvo in extremis com a chegada de Joop Munsterman, o presidente que mudou Enschede. Ele reconstruiu o clube, contratando as pessoas certas para construir o seu sonho de ser campeão. A contratação do ex-jogador do Twente e do Ajax Jan van Halst para gerente comercial foi uma das razões.


Esta época, mais cedo do que o esperado, o sonho tornou-se realidade. Na última época, o FC Twente ficou em segundo lugar e muita gente pensou que tinha sido um milagre. Se essa tivesse sido a verdade, não haveria palavras para descrever o que se passou esta época. As bases feitas por Munsterman fizeram com que o clube não pudesse ser subestimado. Sem ele, o Twente nunca seria o que é agora.

Para além do Presidente, existem outros factores chave para o alcance do título desta época.

Primeiro, existe a figura do treinador, Steve McClaren, que não tendo conseguido o apuramento da Inglaterra para o Euro 2008, chegou à Holanda e ao Twente com a intenção de reconstruir a sua carreira como técnico. O seu profissionalismo e experiência de topo colocados ao serviço do clube foram um factor que fez a diferença em Enschede. Obviamente, que o tempo que passou com Alex Fergunson em Manchester, ao serviço do United, também ajudou a esse conhecimento de topo.

O mais importante jogador desta época foi Bryan Ruiz. O costa-riquenho marcou 24 golos e a maioria deles foram os mais importantes. Raramente marcava o "3-0". Era mais o homem do golo da vitória.
Apesar do sucesso da época passada (2º lugar), os jogadores mais importantes saíram do clube: Braafheid (Bayern Munchen), Arnautovic (Inter Milão) e Elia (Hamburgo).
Mas o gabinete de prospecção do clube trabalhou com afinco e apesar das saídas, o clube reforçou-se à altura da exigência. Stoch foi emprestado pelo Chelsea e fez um primeira volta de época simplesmente espectacular. Tiendalli foi a grande surpresa na lateral esquerda, após um período não muito fulgurante no Feyenoord. E veteranos como Boschker, Perez e N'Kufo lideraram a equipa quando ela necessitava de ter a calma necessária para aguentar a pressão. Wout Brama fez a sua estreia na selecção nacional holandesa e ainda existe Douglas. Há três anos na Holanda, vindo do Joinville, este central brasileiro tem tudo para ser um futuro central nas principais ligas e competições europeias.

Portanto, agora sabe-se como é que o Twente foi campeão. Um bom presidente, um manager que inspira e grandes jogadores. Será possível outra vez? Conseguirão ter uma boa performance na Champions League na próxima época? É difícil de adivinhar, mas nesta altura não se afigura fácil.
Steve McClaren provavelmente sairá. Jogadores experientes como Pérez e N'Kufo (seis anos como melhor marcador da equipa) já saíram. E o que acontecerá aos jogadores mais importantes, como Douglas e Ruiz? Será que Stoch regressará ao Chelsea?
Outro título nas próximas épocas parece improvável, mas esta época será sempre recordada em Enschede, porque ninguém estava à espera que esta equipa do Twente quebrasse todas as apostas e fosse a grande surpresa do futebol holandês este ano e uma das maiores da história da Eredivisie.

Colaboração da Holanda



Mark Van Rijswijk será um dos colaboradores do Cabeça na Bola. Com 30 anos de idade, Mark é um dos comentadores televisivos do canal Eredivisie Live (canal da Primeira Liga Holandesa). Tem como referências os comentários nos jogos da Liga Holandesa, Taça da Holanda, jogos da Selecção de Sub-21 e jogos da Liga Europa.
Antes de ser comentador na Eredivisie Live, Mark trabalhou em outras estações de televisão holandesas, sempre com a paixão do futebol, já que há 5 anos que faz sempre comentários dos jogos.
Mark é natural de Gronigen e ainda reside por lá.

Será certamente uma mais-valia para o blog.

Bem-vindo!

sábado, 8 de maio de 2010

Mais que um jogo

O Real Madrid x Athletic Bilbao que se disputa hoje, em Madrid, é mais do que um jogo de futebol. Nas calles de Madrid e nas kaleas de Bilbao, a intensidade irá ser vivida como se de uma vida ou morte a isso permitisse. É o orgulho basco contra o poder centralista de uma Espanha "retalhada" por regiões muito próprias.

O orgulho basco representado por uma equipa que nunca desceu de divisão, a par dos gigantes Madrid e Barcelona, é o que se pode esperar de um Athletic que está em 8º lugar de La Liga, a um ponto da Liga Europa e que já esteve bem melhor classificado do que está actualmente.

A ânsia de ser campeão, por parte de um Real Madrid "Ronaldodependente", que tudo fará para que o Barça não saia já campeão nesta penúltima jornada do campeonato de Espanha.

Um jogo que coloca em campo duas línguas, duas cidades, dois países, na sua própria maneira de ser, em que a bola é o objecto de guerrilha que emana, mais de um lado do que de outro.

Um jogo que será decisivo para uma delas e que será analisado depois.

Venha a bola...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

2008/2009 - As receitas do Newcastle United

O Newcastle United é um dos emblemas ingleses mais conhecidos. Esta época, disputou o Championship (2ª Divisão inglesa), em virtude de ter descido o ano passado. Mas o mais curioso nisto é que, avaliando pelas receitas e pelo Relatório Anual da Deloitte, o Newcastle foi o 20º clube do mundo em valor de receitas geradas por um clube. E como isso é possível? Através desta distribuição:
Bilheteira - 34,1 M€
Direitos TV - 44,1 M€
Merchandising - 22,1 M€

Se atendermos ainda à audiência média que o clube gerou nas últimas três décadas, temos o seguinte:

2007/2008 - 51,300 espectadores
2008/2009 - 48,800 espectadores
2009/2010 (até 31 Janeiro 2010 e em média) - 42,300 espectadores

É perfeitamente legítimo que as audiências decaiam quando o clube está em posição menos favorável, mas mesmo assim, um clube do Championship como o Newcastle conseguia ter, no final de Janeiro, mais assistência média de espectadores do que o Milan (41,600) e a Roma (36,600), em comparação com o rácio capacidade máxima / assistência média.

A verdade é esta: Se um clube tiver uma massa crítica fiel (neste caso, os adeptos), tem meio caminho andado para o sucesso. O problema depois é saber gerir o que o futuro reserva. O Newcastle voltou à Premier League para a época 2010/2011. Os contratos televisivos serão outros, mais lucrativos seguramente, e a gestão será diferente. Mas isso não impedirá do Newcastle continuar a ser dos clubes mais valiosos do Mundo.

6 de Maio de 1976

O começo do Cabeça na Bola só poderia ser com um jogador que conhece o futebol e uma das suas magias mais ancestrais: o passe. O passe é o primeiro passe para que toda e qualquer jogada num rectângulo verde tenha o seu sucesso.

E a 6 de Maio de 1976 nascia em Santander Ivan De La Peña, também conhecido por "Pequeno Buda", devido à sua compleição física (cabeça rapada e corpo pequenino).
No entanto, estas características foram as suficientes para Ivan De La Peña ter a atenção de Johan Cruyff o chamar para a equipa principal do Barcelona em 1993.
Ocupando uma posição central no terreno de jogo, era visto na altura como o sucessor de Josep Guardiola, mas as arreliadoras lesões nunca o deixaram atingir um nível mais elevado do que o que atingiu na sua carreira.
Com a chegada de Van Gaal a Barcelona, De La Peña perdeu o seu espaço e foi sendo emprestado. Primeiro à Lazio e depois ao Marselha. Voltou a Barcelona, mas Serra Ferrer também não apostou nele e "El Calvito" decidiu rumar novamente a Itália. Não se adaptou e preferiu voltar à cidade condal para representar o Espanyol.
E é lá que está desde 2002, onde apenas ganhou uma Copa d'El Rey em 2005/2006 e chegou a uma final da Taça UEFA em 2006/2007, onde eliminou o Benfica na competição.
De La Peña nunca chegou a ser um jogador de topo, mas a classe que passeia nos relvados espanhóis não engana a escola que frequentou na Catalunha. A melhor escolha, a melhor opção para o colega mais bem colocado são as suas armas, que em muitos casos ajudam o futebol do Espanyol. Este ano, só tem 4 jogos devido às lesões que o continuam a atormentar, fazendo até com que pense em abandonar a carreira de futebolista.
O Don Balón que recebeu em 1996 por ser o jogador jovem mais valioso da Liga é um prémio merecido por quem quis dar ao futebol aquilo que não conseguiu receber dele.