sexta-feira, 28 de maio de 2010

As Assistências na Europa


O IPAM lançou um estudo há relativamente pouco tempo onde avaliou as assistências nas diferentes ligas e nos diferentes clubes, espalhados pela Europa.
Analisando quer os clubes, quer as ligas
existem razões para explicarmos alguns conceitos que estão directamente relacionados entre o número de assistências, o retorno financeiro das mesmas e o rendimento desportivo que advém desses mesmos números.

O quadro com os dez clubes com maior assistência média na Europa é o seguinte:

Olhando para o quadro, temos representantes de 5 ligas e 4 campeões (falta o Chelsea, de Inglaterra).
Das 5 ligas, o único outsider é o Benfica, que é um caso à parte num país como Portugal e como a Liga Portuguesa, como mais à frente se vai ver.
Do quadro acima, o que mais surpreende são os clubes alemães. Temos o Borussia Dortmund (5º classificado) e o Hamburgo (7º), que conseguem assistências médias superiores a 50 000 lugares nos respectivos estádios.
A Alemanha é aliás, o país mais representativo nestes dez lugares, com 4 clubes. De Espanha, chegam os dois suspeitos do costume (Barcelona e Real Madrid), em 1º e 3º lugar, respectivamente. De Inglaterra, temos o Manchester United e o Arsenal (porque detém os estádios maiores, com 75 000 e 60000 lugares respectivamente).
Aparecem depois Inter de Milão (55 149 espectadores) e Benfica a fechar o Top 10.

Olhando para a média das respectivas ligas, temos:


Com este quadro, é mais fácil de ver que os clubes da Alemanha e a Bundesliga tem um retorno financeiro baseado nas bilheteiras muito elevado, já que a maioria dos estádios está sempre lotado. O mesmo se passa em Inglaterra, só que a menor capacidade dos estádios faz com que o número seja mais baixo em comparação com a Alemanha.
Na mesma lista, notamos que Portugal continua abaixo de ligas como a escocesa, a russa, a belga e a holandesa. Porquê este afastamento e porquê a diferença abismal entre os números do Benfica e o resto das esquipas?
Talvez a televisão seja um obstáculo, mas nos outros países, à excepção da Itália (que está ultra-dependente dos valores de direitos televisivos), também têm televisão a transmitir jogos de campeonato e não deixam de ter os estádios cheios.
E também a televisão funciona quase como cá, com jogos em sinal fechado, reféns de pagamento.
A associação que se pode fazer entre as assistências e os resultados directos das equipas também tem a sua ligação. Se a equipa joga bem, os adeptos vão, mas em outros países, nota-se outro tipo de cultura, como são os exemplos do Borussia e do Hamburgo, que este ano andaram bem afastados da conquista do campeonato, mas os adeptos estiveram sempre presentes.
O estudo é de facto, interessante e deixa antever novas maneiras de observar o futebol e delinear estratégias futuras de fidelização a recintos, que têm de ter algo mais do que 4 linhas e 2 balizas.

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