segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Coisas do Futebol (II)


Estatística de Arjen Robben, no recente Bayern x Eintracht Braunschweig (2x0), da Bundesliga deste fim-de-semana.
Estatísticas via FourFourTwo

Coisas do Futebol (I)


Estatística de Aaron Ramsey, no Cardiff x Arsenal (0x3), do último fim-de-semana.
Estatísticas via FourFourTwo

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Pequeno desabafo

Esta semana houve jornada da Liga Espanhola durante terça, quarta e hoje. Na terça jogou o Barcelona, que goleou uma Real Sociedad em poucos minutos e ontem jogou o Real Madrid em Elche, com um penalty no último minuto de descontos, no mínimo duvidoso.

A discussão que se gerou a seguir ao jogo do Real Madrid, fosse em Espanha, fosse em outro país qualquer (é preciso colocar aqui o papel importantíssimo do Real no Mundo inteiro) tem um dedo muito próprio e, curiosamente, português.

Antes de mais, considero José Mourinho um dos melhores treinadores de sempre. Revolucionou o futebol na altura em que devia ser revolucionado, usou a psicologia como ferramenta indispensável e imprescindível nos seus métodos de treino e ganhou troféus, curiosamente, os mais importantes. Pegou em equipas em crise e tornou-as vencedoras. E o Real Madrid é uma delas. A sua herança, pelos clubes que passou, foi enorme e ainda continua a ser.

Mas a passagem de Mourinho por Madrid foi um tormento. E foi um tormento, porque criou rígidas regras de relacionamento entre os jogadores do Real e a imprensa espanhola, sempre ávida por um escândalo fora dos relvados, do que dentro deles. Os jornalistas não lhe perdoaram a desfeita e de tudo fizeram para que um português se fosse embora do clube mais emblemático de Espanha.

E esses restos ainda permanecem. A discussão que se gerou ontem à noite nas redes sociais, nos jornais, nas TV's e nos restantes meios de comunicação espanhóis (mas também portugueses) são ainda os efeitos da passagem de Mourinho por Espanha, onde desenvolveu uma estratégia e um discurso típico de quem está no pobre futebol português e que espelha nos árbitros a incapacidade de vencer. Mourinho fez isso várias vezes. Teria razão? Nalguns casos, sim. Mas não era regra. E essa regra, de tanta vez referida, começou a tornar-se usual. E ainda continua.

Este discurso todo serve para enquadrar que, hoje em dia, se fala pouco de futebol em Portugal. Muita gente tem culpa, a começar por aqueles que têm o "poder" de falar sobre ele e preferem discutir mãos na área, encontrões na mesma ou uma boca de um dirigente ou uma agressão num túnel. Não se preocupam em discutir as tácticas, as soluções e opções tomadas pelos treinadores, pelos dirigentes e até pelos jogadores, porque o compadrio que grassa neste pequeno país à beira-mar plantado é tão grande, que as pessoas preferem manter-se nesta chafurdice, em vez de a melhorarem.

E depois admiram-se que haja menos gente nos estádios, que as competições sejam mal organizadas e que se falte ao respeito aos consumidores de futebol (adeptos), pensando que todos são mentecaptos e que só gostam de discutir faltas e pouco mais.

O que se passou ontem em Espanha é um dos primeiros passos para que La Liga comece a perder o esplendor em detrimento da Inglaterra ou da Alemanha. Aliás, os bons jogadores já começam a "desertar"...

Depende de todos a mudança. Seja em Espanha, aqui, ou em qualquer outro lado, onde a paixão se una à razão...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Assistências Liga Espanhola 2012/2013

A Liga Espanhola publicou as assistências nos estádios espanhóis na época 2012/2013 e houve uma queda de 2,4% relativamente ao ano passado. As principais razões para este decréscimo dos números tem a ver com:

- Os altos preços dos bilhetes
- Os horários dos jogos impostos pelas TV's espanholas
- A situação económica em Espanha

Para além disso, os pacotes de televisão paga em Espanha compensam na medida em que 20 Euros por mês dá para ver os 9 jogos de cada jornada.

Olhando para os dados, vemos que cerca de 9,6 milhões de pessoas acederam aos estádios espanhóis em 2012/2103, menos 2,2% do que na época anterior.

O quadro seguinte mostra, conforme a classificação final da Liga Espanhola, a distribuição dos dados:



 

O próximo quadro mostra a classificação dos clubes, conforme a taxa de ocupação:




Analisando este quadro, há a destacar várias situações:
- O Granada é o clube que apresenta melhor taxa de ocupação do seu estádio
- Nos 5 primeiros classificados, um desceu (Deportivo La Coruña), o outro esteve quase a descer (Granada)
- O At. Bilbao mantém a sua "afición" muito própria, e em último ano de San Mamés, teve uma taxa de ocupação de 81%
- O FC Barcelona (campeão espanhol) não aparece nos 5 primeiros lugares em taxa de ocupação
- Nos últimos 5 lugares, destaque para a taxa de ocupação de 50% do novo estádio do Espanyol

O próximo quadro, é analisado, segundo a assistência média:

 

- Como é óbvio, nas assistências médias, estão presentes os clubes que têm maior capacidade
- Nos últimos cinco, destaque para o Rayo Vallecano, que apesar de ter ficado em 8º, está no penúltimo lugar, devido à capacidade do seu estádio. No entanto, a taxa de ocupação do estádio é de cerca de 71%.

Concluíndo,  menos 300 mil pessoas assistiram ao vivo a jogos da Liga Espanhola. A tendência será para continuar a diminuir, uma vez que a crise económica em Espanha a isso leva, para além das restantes alternativas de oferta (pacotes de TV e streaming).

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Djuricic e Sulejmani

Artigo escrito por Mark Van Rijswijk, jornalista da Eredivisie TV

Filip Djuricic

Filip Djuricic foi um um dos melhores jogadores da Eredivisie esta época. Desde que chegou ao Heerenveen que foi considerado como um dos maiores talentos do clube. O AZ Alkmaar também o quis contratar, mas não sabia com quem falar, já que havia muita gente a querer ser o representante do jogador. As duas primeiras épocas no Heerenveen não foram assim tão impressionantes. Ele não jogou muito e quando jogava, não impressionava por aí além. 33 jogos e apenas 3 golos foram os seus números em 2010/2011. Em 2011/2012, jogou em todas as partidas do Heerenveen e marcou 12 golos. Sob o comando de Ron Jans, ele desenvolveu-se no jogador que se está a tornar.

A sua posição favorita ainda é matéria para discussão. Pode jogar em três posições distintas na frente do ataque: médio-atacante, extremo esquerdo ou avançado centro. Djuricic jogou nas três posições e cumpriu sempre. Mas a posição onde se pode evidenciar ainda mais é jogando no lado esquerdo, flectindo para o meio, usando alguma liberdade para explanar melhor, quer o remate, quer o passe. O seu maior defeito prende-se com a vertente defensiva, daí que ele jogue numa posição mais avançada, para não ter de se preocupar tanto com a defesa. Esta última época, Djuricic foi um dos melhores jogadores da Eredivisie e o melhor do Heerenveen. Sem ele em campo, a equipa era muito fraca na questão da criação de oportunidades. O desenvolvimento que Djuricic teve nos últimos dois anos foi impressionante e com os seus 21 anos, a tendência só pode caminhar para melhor.

Miralem Sulejmani

Miralem Sulejmani foi um dos maiores talentos da Eredivisie. Ganhou o troféu de melhor revelação em 2007/2008, devido aos seus 15 golos e ao facto de jogar numa equipa do Heerenveen que tinha jogadores como Afonso Alves, Michael Bradley (agora na AS Roma) e Daniel Pranjic (que jogou no Bayern de Munique e no Sporting). Com essa época, o Ajax adquiriu o jogador sérvio por 16 milhões de euros, na altura, a maior transferência entre clubes holandeses. O seu talento nunca foi questionado, mas olhando agora para o passado, é sempre importante ver se efectivamente o seu valor / rendimento poderá ser questionado ou não. 

Sulejmani teve algumas épocas boas. Na primeira época marcou 8 golos e mesmo em 2011/2012 marcou 11. Mas, na maior parte do tempo que passou em Amesterdão, a sua prestação foi desapontante. O talento nunca esteve em causa, mas a sua mentalidade sim. Um muito bom jogador, mas que esteve lesionado muitas vezes e que não jogou tanto quanto queria. Teve vários treinadores no Ajax que o quiseram chamar à razão, nomeadamente Martin Jol, que o colocou a subir e a descer escadas nos treinos para que ficasse em forma. Sulejmani foi uma grande decepção, quer para o Ajax, quer para o futebol holandês, já que se estava à espera que o sérvio explodisse no clube de Amesterdão. Para o Ajax, o resultado final foi o gasto com o jogador, apenas e só, com uma saída sem glória, à procura de um futuro melhor.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Direitos TV Premier League 2012-2013

Já saiu a lista da atribuição dos prémios monetários da Liga Inglesa 2012/2013, e o grande angariador deste tipo de receitas é o Manchester United, que recebeu mais de 60 milhões de libras. No entanto, no universo dos 20 clubes da Premier, a diferença de rendimentos ultrapassa pouco mais do que os 20 milhões de libras, já que o QPR (último classificado) recebeu cerca de 39 milhões de libras. A lista mais abaixo retrata os valores totais de receitas dos direitos de TV esta época na Premier League:


Como se pode constatar, o ranking de receitas não é igual à posição na Liga. Isto deve-se ao facto de haver diferentes variáveis na atribuição dos dinheiros na questão dos direitos de TV e que estão explicados mais abaixo, no documento oficial da Premier League, com a atribuição dos respectivos fundos.




Na tabela mais acima, originária da própria Premier League, estão os valores ao pormenor e divididos em diferentes campos: Place (Classificação); Live (Jogos ao vivo na SKY / ESPN); BBC (Jogos transmitidos na BBC); N.Live (Jogos em diferido); Equal Share (valor igual de receita); Facility Fees (valor anexo a jogos); Merit Payment (valor atribuído à classificação); Overseas TV (valor das transmissões no estrangeiro); Total Payment (valor total).

O quadro está alinhado por ordem alfabética dos clubes, daí o facto de Arsenal (4º) e Aston Villa (15º) serem os primeiros e Wigan Athletic (18º) estar em último. Uma nota importante para a parte de baixo da tabela. Diz respeito aos que são considerados "parachute clubs", que não são nem mais nem menos do que os clubes que desceram de divisão nos últimos 3 anos. Recebem valores iguais consoante o ano em que desceram:

- 7,591,671 £ cada em 2011/2012 - Bolton, Blackburn e Wolves (para além de 7,983,449 £ em valor de transmissões no estrangeiro cada um) - total de 15,575,120 £ cada;
- 6,211,367 £ em 2010/2011 - Blackpool e Birmingham (o West Ham foi o outro clube que desceu, mas voltou a subir esta época) (para além de 6,090,277 £ em valor de transmissões no estrangeiro cada um) - total de 12,301,644 £ cada
- 3,450,760 £ em 2009/2010 - Burnley, Hull City e Portsmouth (para além de 2,303,932 £ em valor de transmissões no estrangeiro cada um) - total de 5,754,692 £ cada

Ou seja, estes parachute clubs conseguem angariar ainda dinheiro de presenças que tiveram em anos anteriores na Premier League, num espaço temporal de três anos.

Nos valores do Live (jogos ao vivo na Sky / ESPN), o principal destaque vai para o Manchester United que conseguiu ser o clube com mais jogos transmitidos em directo (25), vindo logo atrás o Arsenal e o Liverpool (22 cada) e o Manchester City e o Tottenham (21 cada). Os clubes que tiveram menos jogos transmitidos ao vivo foram o Fulham, Norwich, Reading, Southampton, Stoke, Swansea, West Bromwich e Wigan Athletic, todos com 10. Mas a maior surpresa é o número de jogos do Chelsea (16).

Nos valores da BBC e dos N.Live, a diferença não é muita. Nos jogos da BBC, todos foram transmitidos (em directo ou em diferido), ao passo que os N.Live (near live) são a diferença entre os jogos da BBC e os que são transmitidos em directo, por forma a prefazerem a soma dos 760 jogos que compõem a Premier League.

A Equal Share é o valor distribuído de forma equitativa entre os diferentes clubes da Premier League. O valor atribuído é baseado nos 276,060,760 £ existentes e dividi-los pelos 20 clubes. Cada um recebe a "bonita" parcela de quase 14 milhões de libras (13,803,038 £).

Os Overseas TV funcionam da mesma forma. Distribuídos da mesma maneira, os cerca de 378,634,520 £ deram a cada clube o valor de quase 19 milhões de libras (18,931,726 £).

Os Facility Fees são respeitantes ao número de jogos dados em directo na televisão. Os clubes, também eles, recebem consoante os seus jogos são mais ou menos visionados. Neste caso, o clube que recebeu mais neste capítulo foi o Manchester United (maior número de jogos) e os que receberam menos foram os clubes que tiveram menos jogos em directo (Fulham, Norwich, Reading, Southampton, Stoke, Swansea, West Bromwich e Wigan Athletic).

Por fim, os Merit Payment referem-se à classificação obtida pelos clubes no respectivo campeonato. Mais uma vez, o Manchester United (1º) é o grande vencedor e o QPR (20º) o clube que menos dinheiro recebe. 

A divisão das receitas está então assim distribuída:
Equal Share - 28%
Facility Fees - 16%
Merit Payment - 15%
Overseas TV - 39%

A grande força da Premier League está efectivamente na venda dos direitos ao estrangeiro. Não é à toa que os valores do contrato dos próximos 3 anos (que a Benfica TV adquiriu para Portugal) vai ser muito superior ao que foi este ano. Para se ter uma ideia, o vencedor da próxima edição da Premier League poderá arrecadar perto dos 100 milhões de libras, ao passo que o último classificado poderá chegar aos 60 milhões (curiosamente o valor alcançado pelo Man Utd este ano). É nessa vertente comercial que a Premier trabalha, com vista depois a dar melhores condições financeiras a quem lhes dá a ganhar. Trata-se sempre de uma win-win situation, onde o retorno gerado é sempre maior do que aquele que é gasto. É assim que se fazem os negócios no futebol.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A vaidade é o meu pecado favorito

"Como ninguém gosta de expressar a sua vaidade em público nem de reconhecer que a tem, o erro está frequentemente em gerir o grupo sem a levar em consideração. Ou, pior ainda, que o líder pense que a única vaidade que há para gerir é a sua.
As equipas que têm sucesso - de futebol, de gestão ou do que for - são sempre as mais equilibradas em todos os sentidos, no trabalho, no elogio das qualidades e na contribuição de cada um. O líder ou líderes do grupo devem ter isto sempre presente, saber que não há nenhum jogador que, por mais determinante que seja, possa sozinho fazer a sua equipa ganhar. A harmonia do grupo é imprescindível e está baseada em que cada uma das pessoas se sinta tratada de forma justa e proporcional à sua contribuição. Ou seja, que o seu grau de vaidade esteja mais ou menos satisfeito.
(...)
Então, após admitir que a gestão do reconhecimento dos membros do grupo e das vaidades não é uma questão menor e que não se regula por si só, parece-me que teremos de contemplar três regras básicas:

1. Mudemos o eu por nós, o meu por nosso.

2. O sucesso consegue-se graças ao esforço de todos os membros do grupo.

3. Agradeçamos publicamente qualquer contribuição, por pequena que seja e embora não seja evidente. Todas têm valor."

Ferran Soriano, "A Bola Não Entra Por Acaso" 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Football Money League. Os últimos 10 (I).

Entre o 11º e o 20º classificado da Football Money League existem emblemas europeus de respeito, que mostram a vitalidade (nuns casos) e a realidade das suas épocas desportivas (noutros casos).

11º - Borussia Dortmund

O campeão alemão de 2011/2012 viu as suas receitas totais aumentarem mais de 49 milhões de euros, num ano em que fizeram a "dobradinha" na Alemanha. A distribuição das suas receitas foram as seguintes:

- Bilheteira - 31,4 M€ (17%)
- Direitos de TV - 60,4 M€ (32%)
- Merchandising - 97,3 M€ (51%)

Mais de metade das receitas do Dortmund provêm do merchandising e do fortíssimo posicionamento que o futebol alemão começa a ganhar na dimensão nacional e internacional.
Os principais argumentos que serviram para alimentar estes números do Dortmund foram os seguintes:

- Adição da companhia ODDSET ao número restrito de "partners"
- Extensão dos contratos com a Evonik (patrocinador de camisolas), com a Signal Iduna (naming do estádio) e abertura da quinta fanshop na cidade


12º - Inter Milão

Longe vão os tempos de glória do Internazionale e de José Mourinho ao seu leme. Desde a saída do treinador português que as receitas do clube milanês têm vindo a decair. Dos 225 M€ (em 2009/2010, ano
da vitória na Champions), o Inter fez 211 M € (em 2010/2011) e 186 M€ na última época de análise às contas. Aliás, o Inter caiu 4 lugares na tabela dos clubes que geram mais receitas, saindo do Top 10. A distribuição das receitas em 2011/2012 foi a seguinte:

- Direitos de TV - 112,4 M€ (60%)
- Merchandising - 50,3 M€ (27%)
- Bilheteira - 23,2 M€ (13%)

Os 13% de receitas de bilheteira que o Inter angariou mostram o verdadeiro problema quando comparado com os 60% de direitos de TV. Ou seja, a TV tira adeptos ao estádio e isso nota-se no caso do Inter, onde um estádio com 80 mil lugares não chega sequer a uma média de 45,000 espectadores (a média foi de 44,577 espectadores / jogo). Para isso, o Inter fez um acordo com um grupo de investidores chineses que convidaram a China Railway Construction Company para pensar num estádio novo para o Inter, seguindo o exemplo da Juventus que construiu um estádio mais pequeno do que o Olímpico de Turim e que assim conquistou uma mais-valia nas receitas de bilheteira. A construção final do estádio está apontada para 2017.


13º - Tottenham Hotspur

O clube londrino teve uma quebra nas receitas totais em 2011/2012 na ordem dos 19 M£ (cerca de 12%), o que fez com que o Tottenham fosse parar ao 13º lugar (desceu duas posições) da Football Money League. Com um 4º lugar na Premier League, mas com a vitória do Chelsea na Champions League, calhou ao Tottenham ir parar à Liga Europa, o que fez com que as receitas dos direitos de TV fossem menores, assim como as receitas de bilheteira também tiveram um decréscimo, devido ao facto de ter tido poucos jogos em casa, apesar de White Hart Lane estar sempre cheio. A distribuição das receitas do clube foi a seguinte:

- Direitos de TV - 76,1 M€ (43%)
- Bilheteira - 50,8 M€ (28%)
- Merchandising - 51,3 M€ (29%)

A questão do merchandising é a que merece maior destaque, já que é uma área onde o Tottenham tem vindo a apostar. Foi a única área das receitas que teve um acéscimo, neste caso de 12% relativamente ao ano anterior. Para isso contribuiu um bi-acordo no patrocínio das camisolas, ou seja, quando o Tottenham joga na Premier League usa a Aurasma como patrocinador e nas competições europeias usa a Investec. Para além disso, o velhinho White Hart Lane também parece ter os dias contados. Os Spurs receberam recentemente uma autorização para projectarem um novo estádio na zona de Tottenham, pelo que também estão na expectativa de quererem ter mais receitas no campo da bilheteira.


14º Schalke 04

O clube da cidade operária de Gelsenkirchen desceu 4 lugares na tabela da Football Money League 2011/2012 devido à ausência da Champions League e à fraca prestação desportiva nas competições internas, como o caso da Taça da Alemanha.
Um decréscimo nas receitas de 27 M€ fez com que o Schalke 04 tivesse quebras nos direitos de TV e nas receitas de bilheteira, mas a parte de merchandising teve um crescimento que compensou de alguma foram essas perdas. Não foi o suficiente, mas foi um factor que aumentou. A distribuição das receitas foi a seguinte:

- Direitos de TV - 38 M€ (22%)
- Bilheteira - 43,1 M€ (25%)
- Merchandsiing - 93,4 M€ (53%)

Mais uma vez, o merchandising volta a ter uma importância relevante nos clubes alemães e o Schalke 04 não é excepção. Mais de metade das receitas que os Die Knappen (mineiros, em alemão) angariaram resulta das várias vertentes comerciais do clube, que para além de aproveitar as comodidades da Veltins Arena, o recente acordo com a Gazprom para o prolongamento do patrocínio da camisola até Junho de 2017, no valor de 15 M€ / época. Não há dúvida de que o futebol alemão será uma forte potência nos próximos tempos e estes valores de receitas a isso demonstram. A capacidade, especialmente comercial, será determinante para influenciar todas as outras formas de receitas. O Schalke 04 é um bom exemplo disso.


15º Napoli

O clube italiano foi uma das surpresas da Football Money League de 2011/2012 ao subir 5 lugares na tabela, do 20º para o 15º lugar, com um aumento de 33 M€ no total de receitas acumuladas, cifrando-se nos 148 M€. Para isso, contribuiu e muito a presença na Champions League, a vitória na Taça de Itália e o 5º lugar na Serie A. Todas as receitas aumentaram relativamente ao ano anterior, sendo que a sua distribuição foi a seguinte:

- Direitos de TV - 85,8 M€ (58%)
- Bilheteira - 24,6 M€ (16%)
- Merchandising - 38 M€ (26%)

O destaque vai para a bilheteira, já que teve um aumento de 12% relativamente ao ano anterior, mas que ajudaou o Napoli a encher o estádio várias vezes, devido ao facto de ali se terem deslocado para jogar equipas como o Bayern de Munique, o Chelsea ou o Manchester City. Com audiências médias superiores aos 35,000 lugares, as receitas de bilheteira não ultrapassa
ram os 16% do total de receitas, vincando e bem a realidade da dependência televisiva do futebol italiano (cerca de 58% das receitas do Napoli são provenientes dos direitos de TV).

terça-feira, 7 de maio de 2013

Parceria nipo-inglesa

O Manchester United assinou um acordo com a Gloops no dia 25 de Abril, numa parceria sino-inglesa que pretende cimentar a presença do clube inglês no mercado japonês.

A gloops é uma empresa japonesa líder na criação de jogos online que foi fundada em 2005 e que tem neste momento lucros de 24 biliões de ienes (cerca de 1,8 mil milhões de euros) e produz cerca de 19 jogos diferentes para cerca de 18 milhões de utilizadores no Japão. A rede é enorme e o Manchester United soube aproveitar.

O contrato tem a duração de dois anos e é o primeiro que é feito entre um clube de futebol e a empresa japonesa. Para além da rede usada pela Gloops, o Manchester United quer utilizar os 4 milhões de seguidores que tem no Japão.

Um dos primeiros projectos é a criação de um jogo estatístico de cartões com a assinatura do Manchester United para ser lançado no Japão. Para além disso, o país nipónico foi um dos escolhidos para a tour do Manchester United de pré-temporada.

domingo, 5 de maio de 2013

Football Money League. Juventus.

O campeão italiano de 2011/2012 fecha o Top 10 da Deloitte Football Money League. O clube de Turim atingiu os 195 M€ de receitas num ano em que foi campeão italiano sem derrotas na Serie A, no que se traduziu num aumento de 27% relativamente à época transacta (154 M€).

Após os anos do CalcioCaos e consequente descida de divisão, a Juventus está de volta aos velhos tempos de glórias e conquistas, nos quais alcançou o epíteto de "Vecchia Signora".

A Juventus teve crescimentos em todos os tipos de receitas. Nas receitas de bilheteira (174%), no merchandising (36%) e nos direitos de TV (2%).

As receitas de bilheteira foram aquelas que tiveram um maior "boost", devido ao novo estádio da Juventus, que com uma capacidade de 41,000 lugares permitiu os seguintes encaixes:

- Receitas que passaram de 11,6 M€ para 31,8 M€
- Assistências médias passaram de 21,966 para 35,755 espectadores
- Receitas por jogo passaram dos 400 000 € / jogo para 1,4 M€ / jogo
A saída do estádio olímpico de Turim foi fundamental para uma reestruturação das receitas de bilheteira da Juventus, devido à dicotomia afluência/capacidade do estádio e isso está presente nesta época de estreia do novo estádio do clube italiano.

No que ao merchandising diz respeito, a Juventus registou um crescimento de 36%, atingindo o valor total de 73 M€. Para este valor, contribuíram as novas facilidades do estádio, assim como a substituição de patrocínio nas camisolas, com a Jeep a substituir a BetClic, pagando para isso quase metade, ou seja 35 M€ por um acordo com o prazo de três anos.

Relativamente aos direitos de TV, o acréscimo foi reduzido (cerca de 2%), situando-se nos 90,6 M€, cerca de 47% da totalidade das receitas. Este valor reflecte a classificação da Juventus na Serie A e todos os factores que a distribuição dos direitos de TV em Itália dizem respeito. No entanto, a importância dos direitos de TV nas receitas totais da "Vecchia Signora" foram reduzidos em 10%, o que mostra que a realidade começa a ser outra para os lados de Turim.

Com a recente conquista do campeonato, a Juventus irá cimentar ainda mais a sua posição dominante em Itália, o que conjugando a presença na Champions League até aos quartos-de-final poderá levar o clube a ser o melhor representante italiano na próxima edição, destronando assim o AC Milan.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Football Money League. Liverpool.

O Liverpool FC é um caso à parte. Classificado em 8º lugar na Premier League, vencedor da Taça da Liga inglesa e finalista da FA Cup, o clube inglês viu-se afastado da Champions League pelo terceiro ano consecutivo e mesmo assim conseguiu um aumento de 3% nas suas receitas globais em 2011/2012.

Cerca de 233,2 M€ foi o resultado alcançado pelo clube da cidade dos Beatles, o que faz com que seja o 5º representante da Premier League em 9 possíveis. Não há dúvidas que é a liga mais bem gerida do Mundo.

Nas receitas de bilheteira, o Liverpool aumentou-as em 11% para os 55,9 M€ devido às campanhas internas que o levaram a duas finais (Taça da Liga e FA Cup). Apesar de ter tido menos 3 jogos do que na época anterior, o Liverpool conseguiu aumentar a audiência média em 3% e a receita por jogo na ordem dos 1,9 M£. Mesmo com este valor astronómico, o Liverpool fica atrás do Man Utd, Arsenal e Chelsea, pelo que o anúncio de uma reformulação de Anfield é falada há muito tempo. Uma necessidade para um aumento de receitas, tendo em conta a história.

As receitas dos direitos de TV diminuíram 3%, devido a essa ausência europeia, que foi compensada pelas receitas de presença nas finais inglesas e na classificação da Premier League (8º).

O aumento de 4% nas receitas de merchandising para valores de 99,1 M€ (representando 42% das receitas totais) devem-se em parte ao acordo assinado com a Warrior Sports para os novos equipamentos da equipa, com a duração de 6 anos, por 25 M€ / ano. Para além disso, a renovação do contrato com o banco Standard Chartered para o patrocínio da camisola, assim como acordos com a Chevrolet, Paddy Power e Garuda Indonesia.

O Liverpool enfrenta um grande dilema. Afastado da Champions League e sem presença garantida nas competições europeias outra vez, o clube necessita de arranjar receitas rapidamente para não sair do Top-10 da Deloitte Football Money League. O alargamento de Anfield está em "stand-by", pelo que vai ter de se apelar à inteligência e criatividade para que o Liverpool atinja os mesmos valores desta época.

Football Money League. AC Milan.

O AC Milan é o primeiro clube italiano a aparecer na tabela dos clubes com mais receitas na época 2011/2012. A oitava posição que ocupa mostra bem que dos três tipos de receitas que angaria há um que tem uma importância capital que são os direitos de TV. Cerca de 49% das receitas do AC Milan provêm dos direitos de TV e representam cerca de 126,3 M€.

Este valor foi aumentado em 17% de 2010/2011 para 2011/2012, devido à participação na Champions League, na 2ª posição da Liga Italiana e na disputa da Supertaça de Itália, que se disputou na China. Quase metade da receita total do clube italiano é baseado na televisão e no que daí advém, pelo que a importância desmesurada que se dá em Itália a este tipo de receita afecta, e de que maneira, todas as outras fontes.

O aumento de 9% do total de receitas (cerca de 257 M€) é também ele devido aos cerca de 96,8 M€ que angariou em receitas de merchandising. O AC Milan ainda é um ícone do futebol italiano, não só pelo que conquistou nos anos 80 e 90, mas pelo pouco que ganhou na primeira década do segundo milénio. Esse papel de ícone faz com que a Emirates tenha optado por assinar um contrato de longa duração para o patrocínio de camisolas. Para além disso, acordos com a Iziplay Poker, Trenitalia (companhia de caminhos de ferro italiana) e United Biscuits fazem com que o AC Milan tenha receitas ao nível do merchandisign com valores, digamos, "simpáticos".

Havendo cerca de 87% das receitas divididas em dois factores (direitos de TV e merchandising), as receitas de bilheteira são as que mais sofrem. Para além da concorrência da TV, as audiências médias nos jogos do Milan em casa reduziram-se de um ano para o outro dos 53,637 para 48,487. Mesmo assim, as receitas de bilheteira também aumentaram, porque houve mais dois jogos do que na época transacta e os preços dos bilhetes também eles aumentaram. Para se ter uma ideia de como esta questão da bilheteira afecta o AC Milan, o Chelsea, em Stamford Bridge consegue o triplo das receitas, com um estádio com metade da dimensão de San Siro.

O AC Milan corre assim o risco de sair do Top-10, devido a esta questão da bilheteira. Se houver uma política mais agressiva no que aos preços dos bilhetes diz respeito, para além da performance desportiva, o clube italiano poderá manter-se nos dez clubes que mais receitas gerem no Mundo, caso contrário...