terça-feira, 30 de abril de 2013

Football Money League. Liverpool.

O Liverpool FC é um caso à parte. Classificado em 8º lugar na Premier League, vencedor da Taça da Liga inglesa e finalista da FA Cup, o clube inglês viu-se afastado da Champions League pelo terceiro ano consecutivo e mesmo assim conseguiu um aumento de 3% nas suas receitas globais em 2011/2012.

Cerca de 233,2 M€ foi o resultado alcançado pelo clube da cidade dos Beatles, o que faz com que seja o 5º representante da Premier League em 9 possíveis. Não há dúvidas que é a liga mais bem gerida do Mundo.

Nas receitas de bilheteira, o Liverpool aumentou-as em 11% para os 55,9 M€ devido às campanhas internas que o levaram a duas finais (Taça da Liga e FA Cup). Apesar de ter tido menos 3 jogos do que na época anterior, o Liverpool conseguiu aumentar a audiência média em 3% e a receita por jogo na ordem dos 1,9 M£. Mesmo com este valor astronómico, o Liverpool fica atrás do Man Utd, Arsenal e Chelsea, pelo que o anúncio de uma reformulação de Anfield é falada há muito tempo. Uma necessidade para um aumento de receitas, tendo em conta a história.

As receitas dos direitos de TV diminuíram 3%, devido a essa ausência europeia, que foi compensada pelas receitas de presença nas finais inglesas e na classificação da Premier League (8º).

O aumento de 4% nas receitas de merchandising para valores de 99,1 M€ (representando 42% das receitas totais) devem-se em parte ao acordo assinado com a Warrior Sports para os novos equipamentos da equipa, com a duração de 6 anos, por 25 M€ / ano. Para além disso, a renovação do contrato com o banco Standard Chartered para o patrocínio da camisola, assim como acordos com a Chevrolet, Paddy Power e Garuda Indonesia.

O Liverpool enfrenta um grande dilema. Afastado da Champions League e sem presença garantida nas competições europeias outra vez, o clube necessita de arranjar receitas rapidamente para não sair do Top-10 da Deloitte Football Money League. O alargamento de Anfield está em "stand-by", pelo que vai ter de se apelar à inteligência e criatividade para que o Liverpool atinja os mesmos valores desta época.

Football Money League. AC Milan.

O AC Milan é o primeiro clube italiano a aparecer na tabela dos clubes com mais receitas na época 2011/2012. A oitava posição que ocupa mostra bem que dos três tipos de receitas que angaria há um que tem uma importância capital que são os direitos de TV. Cerca de 49% das receitas do AC Milan provêm dos direitos de TV e representam cerca de 126,3 M€.

Este valor foi aumentado em 17% de 2010/2011 para 2011/2012, devido à participação na Champions League, na 2ª posição da Liga Italiana e na disputa da Supertaça de Itália, que se disputou na China. Quase metade da receita total do clube italiano é baseado na televisão e no que daí advém, pelo que a importância desmesurada que se dá em Itália a este tipo de receita afecta, e de que maneira, todas as outras fontes.

O aumento de 9% do total de receitas (cerca de 257 M€) é também ele devido aos cerca de 96,8 M€ que angariou em receitas de merchandising. O AC Milan ainda é um ícone do futebol italiano, não só pelo que conquistou nos anos 80 e 90, mas pelo pouco que ganhou na primeira década do segundo milénio. Esse papel de ícone faz com que a Emirates tenha optado por assinar um contrato de longa duração para o patrocínio de camisolas. Para além disso, acordos com a Iziplay Poker, Trenitalia (companhia de caminhos de ferro italiana) e United Biscuits fazem com que o AC Milan tenha receitas ao nível do merchandisign com valores, digamos, "simpáticos".

Havendo cerca de 87% das receitas divididas em dois factores (direitos de TV e merchandising), as receitas de bilheteira são as que mais sofrem. Para além da concorrência da TV, as audiências médias nos jogos do Milan em casa reduziram-se de um ano para o outro dos 53,637 para 48,487. Mesmo assim, as receitas de bilheteira também aumentaram, porque houve mais dois jogos do que na época transacta e os preços dos bilhetes também eles aumentaram. Para se ter uma ideia de como esta questão da bilheteira afecta o AC Milan, o Chelsea, em Stamford Bridge consegue o triplo das receitas, com um estádio com metade da dimensão de San Siro.

O AC Milan corre assim o risco de sair do Top-10, devido a esta questão da bilheteira. Se houver uma política mais agressiva no que aos preços dos bilhetes diz respeito, para além da performance desportiva, o clube italiano poderá manter-se nos dez clubes que mais receitas gerem no Mundo, caso contrário...

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ressaca...

Depois dos 4-0 ao Barcelona, o que fizeram os jogadores do Bayern de Munique no treino de hoje?

Espreitem aqui.

terça-feira, 23 de abril de 2013

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Professional Football Award - Player of The Year 2012/2013

Já saíram os nomeados para a atribuição do prémio de futebolista do ano da Premier League, numa votação que é feita pela associação de futebolistas profissionais em Inglaterra.
Os nomeados para melhor jogador do ano são:
- Gareth Bale (Tottenham)
- Luis Suarez (Liverpool)
- Eden Hazard (Chelsea)
- Juan Manuel Mata (Chelsea)
- Robin Van Persie (Manchester United)
- Michael Carrick (Manchester United)

Os nomeados para melhor jogador jovem são:
- Eden Hazard (Chelsea)
- Gareth Bale (Tottenham)
- Romelu Lukaku (West Bromwich)
- Danny Welbeck (Manchester United)
- Jack Wilshere (Arsenal)
- Christian Benteke (Aston Villa)

As minhas escolhas recairiam em Gareth Bale para melhor jogador e em Jack Wilshere para melhor jogador jovem.

A escolha de Michael Carrick poderá levar a algumas interrogações, mas está explicado no seguinte quadro o porquê. O jogador inglês é o líder europeu em passes completos:

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A caminho de Londres?





Vários relatos vindos de Inglaterra indicam que Rudi Voëller, director desportivo do Bayer Leverkusen está em Londres a negociar Andre Schürrle com o Chelsea.
Será uma boa compra para os "blues"? É que têm lá um menino, também ele alemão, que joga na mesma posição...

Football Money League. Manchester City.

O Manchester City é o 4º clube inglês que aparece na lista dos 10 mais da Football Money League de 2011/2012.

O clube campeão inglês saltou nos últimos dois anos do 12º para o 7º lugar, ou se quisermos ser mais precisos, nos últimos 5, do 20º para o 7º. Passou de 104 M€ de receitas em 2008 para os 286 M€ em 2012, tendo neste último ano um salto de 116 M€ de receitas.

Ao fim de 44 anos, o sonho do City voltar a ser campeão em Inglaterra tornou-se realidade no último minuto de um jogo electrizante frente ao Queens Park Rangers, onde golos de Edin Dzeko e Kun Aguero libertaram as emoções, já depois do minuto 90, para os lados de Manchester.

Após uma afastamento prematuro da Champions League e da eliminação da Liga Europa, aos pés do Sporting, o City concentrou-se no campeonato e acabou por conquistá-lo na última jornada, no último minuto.

Essa dedicação valeu-lhe a taxa de ocupação de 99% do Etihad Stadium nos jogos da Premier League, com uma assistência média de 47,045 espectadores / jogo. As receitas de bilheteira representam, curiosamente o vector mais fraco, com cerca de 13% do total, contabilizando cerca de 38,1 M€.

Cerca de 38% das receitas totais do Manchester City em 2011/2012 pertecem aos direitos de TV, onde a classificação alcançada pelo clube se traduz numa parcela maior relativamente aos outros clubes da Premier League (por causa do acordo colectivo de direitos da competição), acumulando os direitos das competições europeias (Champions League e Liga Europa), contabilizando no total cerca de 109 M€.

Mas a grande parte das receitas do Manchester City provém do merchandising e dos acordos comerciais que estabelece. Cerca de 49% das receitas totais do clube (cerca de138,5 M€) provém desses acordos que o clube fecha. Com a Etihad Airlines (acordo por dez anos), com a Hugo Boss, com um novo acordo com a Nike para os equipamentos, a partir da época 2013/2014, tudo foi melhorado e é aí, na força comercial que o City vai crescer ainda mais. No início do ano, abriram concursos internacionais de recrutamento na área das vendas e do marketing para potencializarem a marca "Manchester City", quer em Inglaterra, quer no resto do mundo. Será porventura, o próximo rival, a escala nacional, do Manchester United. A luta não será só nos relvados...

terça-feira, 16 de abril de 2013

Football Money League. Arsenal.

O Arsenal é o 3º clube inglês que aparece em 6 possíveis na Football Money League, mostrando neste caso, não só a vitalidade da Premier League, mas também a gestão profissional que é efectuada nos clubes ingleses, hoje em dia, que visa uma relação profícua entre receitas e despesas.

Apesar de estar a passar pelo 125º aniversário, o clube de Londres não conseguiu melhor do que o 3º lugar na Premier League e de ser precocemente afastado da FA Cup e da Champions League (saída nos oitavos-de-final).

Ao nível das receitas, o Arsenal teve a seguinte distribuição em 2011/2012:

- Bilheteira (117,7 M€)
- Direitos de TV (107,7 M€)
- Merchandising (64,9 M€)

As receitas de bilheteira representam cerca de 41% do total de receitas do clube e são simbolizadas pela utilização do Emirates Stadium. A lotação de 60,000 lugares está praticamente esgotada em todos os jogos do Arsenal e o jogo de qualificação para a Champions League permitiu uma receita extra de mais 2,5 M€, cifrando-se o total de receitas em 117,7 M€.

Os direitos de TV também têm a sua importância no sentido em que representam cerca de 37% do total de receitas. No entanto, a saída precoce da Champions League, assim como as presenças pouco abonatórias nas Taças Nacionais reflectiram-se numa diminuição relativamente ao ano anterior, mas que foi compensada pela classificação final na Premier League (3º), a qual ajudou a equilibrar um pouco mais esta receita específica.

A parte de merchandising é a que necessita de maior aproveitamento, já que representa apenas 22% do total de receitas. A diferença para o Manchester United cifra-se nos 65 M€ a menos, o que faz com que o Arsenal se tenha de direccionar para um desenvolvimento do seu modelo de negócio e das suas áreas de negócio para que a repartição das receitas seja mais homogénea do que é agora.
Os novos contratos assinados com a Bharti Airtel e com a Malta Guinness ajudaram a incrementar um pouco as receitas do clube, mas é necessário renovar o contrato com a Nike, apesar de já ter chegado a acordo com a Emirates Airlines para uma extensão do contrato, quer para patrocínio da camisola, quer para o naming do estádio.

Apesar de se ter qualificado no final da época passada pela 15ª vez consecutiva para a Champions League, a principal missão do Arsenal passa por gerar mais receitas, por forma a não aumentar ainda mais a diferença entre o Manchester United e a não se deixar ultrapassar pelos outros clubes ingleses.

Football Money League. Chelsea.

O actual campeão europeu é o 5º classificado da Football Money League de 2011/2012. Mantém uma posição que assegurou em 2010/2011 e mantém essa posição com um aumento nas receitas de 14% para um total de 322,6 M€.

A época do Chelsea tanto teve de muito bom como de muito mau. Com a contratação de André Villas-Boas no início de 2011/2012, muitos pensaram em Londres que se estava na presença dos sucessos que José Mourinho tinha alcançado com os "blues", mas a aposta saiu falhada e a meio da época, Abramovich optou pelo adjunto, Roberto Di Mateo para tomar conta da equipa até ao final da temporada. E a aposta correu bem, já que o Chelsea ganhou a Champions League, após eliminar o Barcelona nas meias-finais e o Bayern na final, no Allianz Arena e a Taça de Inglaterra, ao derrotar em Wembley, o Liverpool.
No entanto, o preço a pagar por esses troféus foi o 6º lugar alcançado na Premier League, a pior classificação do clube nos últimos 10 anos.

Começando pelas receitas de TV, o clube londrino conseguiu um valor de 139 M€ (cerca de 43% das receitas), que se traduziu na campanha europeia, já que cerca de 60 M€ são provenientes da presença na Champions e no percurso que o Chelsea fez na competição. No entanto, nas competições nacionais, o valor foi mais reduzido do que na época anterior, uma vez que o salto foi do 2º para o 6º lugar, o que por inerência e tendo em conta os direitos televisivos da Liga Inglesa fazem com que se receba menos dinheiro. No caso do Chelsea e das competições nacionais, o valor foi reduzido em 3,3 M£.

No merchandising, as receitas aumentaram 12% para os 87,1 M€ (cerca de 27% do total), devido aos contratos de longa duração assinados com a Adidas (fornecedora de equipamentos) e Samsung (patrocinadora da camisola). Além disso, assinou também contratos com a Gazprom, Delta Airlines, Audi e Singha para a época 2012/2013, o que irá provavelmente aumentar o incremento de receitas na próxima época da Football Money League.

No que à bilheteira diz respeito, as receitas do Chelsea aumentaram 15% para os 96,1 M€, devido ao aumento de três jogos relativamente à época anterior. Esse aumento deveu-se à presença nas competições de Taças (Champions League e FA Cup), que se traduziu na média de 41,478 espectadores por jogo, representando cerca de 98% da capacidade de Stamford Bridge. A lotação do estádio londrino é um dos obstáculos para o Chelsea (3,2 M€) se aproximar nas receitas de bilheteira do Manchester United (4,9 M€ / jogo) ou do Arsenal (4,1 M€). Aliás, o Chelsea está com os planos de tentar construir um estádio novo para poder jogar (na ordem dos 60,000 lugares) para poder aí garantir um maior aumento de receitas. Esse plano está momentanemante congelado, já que o clube londrino não dispõe das condições económicas para avançar com o projecto.

Em resumo, o Chelsea na próxima época deverá manter o mesmo lugar, não estando contudo assegurado o lugar, devido à saída prematura da Champions League e à aproximação de Arsenal e Manchester City, quer nas competições internas, quer nas competições externas.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Football Money League. Bayern Munique.

Apesar de não ter ganho nada em 2011/2012, o Bayern de Munique conseguiu aumentar o seu valor de receitas e tornar-se no 4º classificado desta Football Money League.

O maior clube alemão conseguiu aumentar as suas receitas em 15%, no valor de 47 M€ para um total de 368,4 M€, apesar de não ter ganho nem campeonato nem Taça (perdidos ambos para o Borussia Dortumund) e de ter estado na Final da Champions em casa (no Allianz Arena, perdida para o Chelsea).

As receitas de bilheteira do clube bávaro aumentaram em 13,5 M€ (cerca de 19%) para os 85,4 M€, apesar de não ter havido aumento dos preços dos bilhetes. O Bayern conseguiu este aumento nas receitas de bilheteira devido a dois factores fundamentais:

- Mais jogos disputados em casa (25, em comparação aos 23 da época anterior)
- Receita partilhada pelo facto da final da Champions League se ter disputado na Allianz Arena

No que aos direitos de TV diz respeito, o Bayern também aumentou as receitas dos 71,8 M€ para os 81,4 M€, devido à participação na Champions League, uma vez que o clube bávaro chegou à final da competição, e com isso, os prémios são muito maiores relativamente aos outros clubes.

Nas receitas de merchandising, o mais importante factor de receitas do Bayern (representa 55% do total de receitas) fez com que o clube alemão fosse o primeiro a ultrapassar, neste campo específico, os 200 M€ em receitas comerciais. Para este valor, os acordos comerciais que o Bayern gera são impressionantes:

- Acordo com a Adidas para a renovação dos equipamentos, com um valor estimado de 25 M€ / ano, até 2020
- Adição da Imtech ao portfolio de parceiros premium do Bayern, bem como a renovação de contratos com a Samsung e a cerveja Paulaner
- Fecho de novo contrato para o patrocínio da camisola com a Deutsche Telekom até 2017, num negócio avaliado em 30 M€ / ano

O Bayern de Munique é claramente o maior clube alemão e o resultado das suas contas a isso o demonstra. Depois de duas épocas em branco, em 2012/2013, a equipa bávara prepara-se para ser campeã, está nas meias-finais da Taça (após eliminar o Dortmund) e está nos quartos-de-final da Champions League.
Para além de já ter anunciado o acordo com Pep Guardiola, o que faz com que o interesse na Bundesliga tenha mais impacto mediático, este facto vai fazer com que a negociação dos direitos televisivos venha a ter também a sua importância. As notícias para o lado da Allianz Arena serão certamente positivas e prevê-se um aumento das receitas nesta época, fazendo com que o Bayern se afaste dos restantes concorrentes e se aproxime mais dos 3 principais clubes ao nível das receitas (Real Madrid, Barcelona e Manchester United), cimentando a sua posição global na Football Money League.

E o que é que a política tem a ver com o futebol?

Tudo!

David Miliband quits Sunderland FC in Di Canio protest