
Como em tudo o que fez na vida, Maradona continua a ser polémico. Uma característica própria dos génios é a sua teimosia e Maradona parece que não a perde, mesmo sendo seleccionador da Argentina.
A lista dos 23 que já foi entregue à FIFA tem suspeitos do costume e tem falta de alguma experiência. Mas de certa forma, essa mesma experiência que falta poderá ser uma forma de Maradona ter pulso na equipa que comandará neste
Mundial da África do Sul.
A lista dos 23 convocados é:
GUARDA-REDES:
Sergio Romero (AZ Alkmaar)
Mariano Andújar (Catania)
Diego Pozo (Colon)
DEFESAS:
Otamendi (Vélez)
Demichelis (Bayern Munchen)
Walter Samuel (Inter)
Gabriel Heinze (Marselha)
Nicolás Burdisso (Inter)
Clemente Rodriguez (Estudiantes)
Ariel Garcé (Colón)
MÉDIOS:
Jonás Gutiérrez (Newcastle)
Javier Mascherano (Liverpool)
Juan Sebastián Verón (Estudiantes)
Angel Di Maria (Benfica)
Mário Bolatti (Fiorentina)
Javier Pastore (Palermo)
Maxi Rodriguez (Liverpool)
AVANÇADOS:
Lionel Messi (Barcelona)
Higuain (Real Madrid)
Sergio "Kun" Aguero (At. Madrid)
Diego Milito (Inter)
Carlos Tevez (Manchester City)
Martin Palermo (Boca Juniors)
Se em termos de posições em campo e número de jogadores chamados, existe um equilíbrio, o facto de ter chamado jogadores claramente "favoritos" em deterimento de outros é o maior problema de Maradona.
Chamou Bolatti, que na Fiorentina (desde Janeiro) fez 12 jogos na Serie A e tendo Cambiasso para a mesma posição, optou pelo ex-jogador do FC Porto, só porque o conhecia melhor na Argentina.
Chamou Palermo porque é um símbolo do Boca e Maradona é do Boca.
Talvez haja um déficit em criatividade que está sujeito a Verón e Di Maria, sobrando Pastore no banco.
Na defesa, nada de novo. Talvez a chamada de Garcé e de Clemente Rodriguez, por não serem tão conhecidos do futebol europeu provocasse alguma surpresa, mas são jogadores que sempre estiveram com Maradona nas suas chamadas e nisso não há grandes dúvidas.
O esquema que Maradona vai apresentar é um 4x4x2 clássico, com a importância de Messi ter liberdade como um segundo avançado pelo campo todo. Aposta num meio-campo de combate, onde Di Maria surge como o mais solto pela esquerda. Verón e Mascherano serão os esteios defensivos, contando sempre com o apoio do abnegado Jonás.
O lado esquerdo será talvez o mais fraco em termos de substituição. Nem Rodriguéz, nem Di Maria têm alternativas "naturais" (esquerdinos, neste caso), estando sempre dependentes de adaptações. No caso de Rodriguéz, Garcé ou Heinze. No caso de Di Maria, Jonás ou Maxi.
No ataque, o excesso de avançados poderia ter sido composto com a compensação no lado esquerdo da equipa.
O provável esquema da Argentina será este:

Num grupo com Nigéria, Coreia do Sul e Grécia, a Argentina tem a obrigação de se qualificar como primeira do grupo e depois esperar que o sorteio (ao que tudo indica) facilite a sua ida até aos quartos-de-final, pelo menos.
O talento e o génio dos jogadores estão lá. Ponha o seu treinador metade do seu génio em termos tácticos e a Argentina pode muito bem sair contente da África do Sul.
Sem comentários:
Enviar um comentário