Pelo oitavo ano consecutivo, o Real Madrid é o clube de futebol que
mais receitas gera no mundo. E pela primeira vez, na época passada, o
clube espanhol superou a barreira dos 500 milhões de euros.
De há 5 anos
para cá, os valores de receitas do Real Madrid foram sempre em
crescendo. Vejamos:
2008 - 366 M€ (Vencedor da Liga Espanhola, Oitavos-final da Champions League, Oitavos-final da Taça de Espanha)
2009 - 401 M€ (2º Classificado da Liga Espanhola, Oitavos-final da Champions League, 4ª ronda da Taça de Espanha)
2010
- 439 M€ (2º Classificado da Liga Espanhola, Oitavos-final da Champions
League, 4ª ronda da Taça de Espanha) - Entrada de Cristiano Ronaldo no
clube
2011 - 480 M€ (2º Classificado da Liga Espanhola, Meias-finais da Champions League, Vencedor da Taça de Espanha) - Entrada de José Mourinho no clube
2012 - 513 M€ (Vencedor da Liga Espanhola, Meias-finais da Champions League, Quartos-final da Taça de Espanha)
Como
é que um clube que em 5 anos ganha dois campeonatos e uma taça consegue
atingir estes números e estas proporções em termos de receitas?
Mediatismo, história ou gestão?
Digamos que uma mistura das três. O
Real Madrid é um dos clubes mais titulados da Europa e o mais titulado
de Espanha. A conquista incessante pela 10ª Champions tem sido um
critério e um objectivo ao longo dos anos, desde a vitória frente ao
Bayer Leverkusen, em 2002. Não foi à toa, que em 2011, o clube madrileno
resolveu contratar José Mourinho para atingir esse objectivo que
persegue, e que o português conquistou no Santiago Bernabéu, com o Inter
de Milão. A história favorece os madrilenos, quanto mais não seja pelos
cinco títulos conquistados e pela "imponência" própria criada pelo
clube nos anos 50/60, que depois se foi desenvolvendo ao longo dos anos.
No
que ao mediatismo diz respeito, ter jogadores no clube como Zidane,
Figo, Roberto Carlos, Ronaldo, Beckham, Cristiano Ronaldo e Raúl, só
para citar alguns mostra não só o poderio financeiro do clube, mas
também a forma de pensar o negócio, desde que Florentino Pérez assumiu o
clube, no final da década de 90. Uma visão estratégica que visava a
contratação de estrelas, para assim obter o retorno esperado, em
resultados e em investimento.
Por fim, a gestão. E é nesse campo
que o Real Madrid tem investido. Não só com as contratações mundiais
(Cristiano Ronaldo é um fenómeno à escala mundial), mas também com uma
rede de investimentos, onde as tourneés asiáticas são um bom exemplo,
como iremos ver nos resultados da época. A própria estrutura do clube se
tornou mais profissional, pronta a responder aos desafios do futebol
moderno, visando também a componente de negócio que está adjacente a um
simples pontapé na bola.
Estes três grandes vectores moldaram o
Real Madrid, tornando-o no clube com mais receitas no Mundo. Na época
2011/2012, o Real Madrid foi campeão espanhol totalizando 100 pontos
(recorde), marcando 121 golos e vencendo 32 dos 38 jogos que compõem a
liga espanhola.
Olhando com maior precisão para a distribuição das receitas, temos o seguinte:
- Bilheteira
- As receitas de bilheteira do Real Madrid aumentaram 2,6 M€,
cifrando-se nos 126,2 M€. A anunciada reestruturação do Santiago
Bernabéu fará com que as receitas aumentem ainda mais, já que a
capacidade do estádio também vai aumentar. Com esse aumento da
capacidade, quer os fans, quer os parceiros "corporate" terão mais e
melhores soluções para poderem ver os jogos do Real Madrid no Bernabéu.
- Direitos de TV
- O Real Madrid tem contrato com a Mediapro (curiosamente, uma empresa
catalã) até 2014/2015. Em 2011/2012, os direitos adquiridos com a
Mediapro, juntando os direitos dos jogos da Champions League e os
amigáveis (disputados em locais como a China, o Kuwait ou os EUA)
traduziram-se num aumento de 15,7 M€ (cerca de 9% em relação ao ano
passado) para um total de 199,2 M€.
- Merchandising
- Também aqui, o aumento foi considerável. Cerca de 9%, que representam
14,8 M€ adicionais, prefazendo um total de 187,2 M€. Para este valor
contribuíram, além da venda das camisolas e de todo o material
promocional do clube, os recentes acordos fechados pelo clube com a
Emirates Airlines e com o BBVA. A força negocial do clube faz com que os
negócios sejam feitos com marcas globais (a título de exemplo, a BBVA é
uma das marcas oficiais da NBA). Para além disso, também foi assinado
um novo acordo com a Adidas para a questão dos equipamentos até à época
de 2019/2020 e no final desta época, será anunciado o novo patrocinador
da camisola, uma vez que acaba o contrato com a Bwin.
Tudo
isto são razões para que no próximo ano, e apesar de, nesta altura, a
conquista do campeonato ser uma miragem, o Real Madrid se mantenha como
líder da Football Money League, já que está bem encaminhando na
Champions League e pode vir a ganhar mais uma Taça do Rei, além do projecto de
expansão do Bernabéu. Tudo factores que potenciam ainda mais o maior
clube espanhol.
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